Daniel Moreira nasceu no Porto em 1983. É doutorado (PhD) em Composição Musical (King’s College; Universidade de Londres; 2017), com bolsa da Fundação para a Ciência e Tecnologia; mestre em Composição e Teoria Musical (Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo; Instituto Politécnico do Porto; 2010); e licenciado em Economia (Faculdade de Economia; Universidade do Porto; 2006).
Como principais professores, destacam-se Sir George Benjamin, Fernando C. Lapa, Dimitris Andrikopoulos e João-Heitor Rigaud (Composição); Carlos Guedes (Música Electrónica); e Miguel Ribeiro-Pereira, José Oliveira Martins e Silvina Milstein (Teoria e Análise Musical). Participou ainda em seminários e/ ou teve aulas ocasionais com Helmut Lachenmann, Klaas de Vries, Magnus Lindberg, Jonathan Harvey e Kaija Saariaho; e em workshops com o Remix Ensemble Casa da Música, Quarteto Diotima, Lontano Ensemble e a Orquestra Gulbenkian. Em 2015, foi seleccionado para o «LSO Panufnik Scheme», um conjunto de workshops ao longo de um ano com a London Symphony Orchestra, que culminou com a apresentação de uma nova peça orquestral em 2016.
Em 2009, foi Jovem Compositor em Residência na Casa da Música. Desde então, têm-lhe sido regularmente encomendadas novas obras e arranjos (Casa da Música, Festival Musica Strasbourg, European Concert Hall Organisation – ECHO, Chester & Novello, Banda Sinfónica Portuguesa, Antena 2/ RDP, MPMP Património Musical Vivo, Programa «Criatório», Kölner Philarmonie, entre outros). A sua música tem sido tocada em Portugal e no estrangeiro, destacando-se a participação em três festivais de música contemporânea, com obras escritas para os agrupamentos residentes da Casa da Música (Witten, 2009; Estrasburgo, 2010; Estrasburgo, 2012); e a estreia da obra coral Poema para a padeira em três salas de concerto europeias (Cité de la Musique, Paris; Sage Gateshead, Reino Unido; Fundação Gulbenkian, Lisboa), no âmbito do programa «Rising Stars» da ECHO, em 2014. Foi três vezes premiado em concursos de composição (3.º Prémio no Concurso Internacional de Composição Gian Battista Viotti, em Itália, em 2007; Menção Honrosa no 3.º Concurso Internacional de Composição da Póvoa de Varzim, em 2008; e 2.º Prémio no 1.º Concurso Internacional de Composição GMCL/ Jorge Peixinho, em 2014) e, em 2010, representou Portugal na Tribuna Internacional de Compositores.
A sua música abarca múltiplos géneros – da música orquestral à de câmara –, com especial ênfase, mais recentemente, em música coral (Poema para a padeira, 2013; Do Desconcerto do Mundo, 2016); ópera (Cai uma Rosa…, 2015; Ninguém & Todo-o-Mundo: ópera lírico-turística em torno de Gil Vicente, 2018); e música para grande ensemble e orquestra (Beethoven quasi una fantasia op. 27 n.º 2, 2018; Isto não é um filme, concerto para orquestra e electrónica, 2020). Desde 2017, a sua música tem também explorado a relação entre meios acústicos (vozes e instrumentos) e electrónica (Ninguém & Todo-o-Mundo; Isto não é um filme). Projectos em curso incluem a composição da música de abertura para o Pavilhão de Portugal na Exposição 2020 do Dubai (As ondas que a maré conta, ninguém as pode contar, para electrónica); a composição de música para filmes mudos (com piano e electrónica); e uma obra para octeto vocal amplificado (Quadras Pessoanas).
Enquanto investigador, dedica-se especialmente à análise da música de cinema (com especial foco na música de Bernard Herrmann) e ao estudo da ideia de musicalidade no cinema (com especial foco nos filmes de David Lynch); aborda ainda questões de harmonia e temporalidade em música dos séculos XX e XXI, tanto do âmbito erudito como popular. Os seus principais artigos incluem: Nondirected Linearity and Modulatory Networks in Webern’s op. 10/4 (Revista Portuguesa de Musicologia, 2016); The Spiral of Time: the Crystal-Image in Herrmann’s Music for Hitchcock’s Vertigo (Music Analysis, 2021); Chaos, Madness and Distorted Mirrors in Herrmann’s Music for Hitchcock’s Psycho (Journal of Film Music; artigo aceite em 2021, em fase de revisão).
É professor na ESMAE-IPP desde 2009, onde tem leccionado unidades curriculares de Análise, Estética e Composição, e onde é, desde 2020, coordenador da área de Teoria. Leccionou também na Universidade do Minho (2017-19) e, como professor visitante, no Projecto Xiquitsi, em Maputo (2015-17). É, desde 2020, investigador integrado no Centro de Estudos Interdisciplinares – CEIS20 – da Universidade de Coimbra, onde é, desde 2021, um dos coordenadores do grupo de investigação «Correntes artísticas e movimentos intelectuais». É ainda, desde 2021, membro do Conselho Fiscal da Sociedade Portuguesa de Investigação em Música. Por fim, colabora frequentemente com a Casa da Música e outras instituições, redigindo notas de programa e apresentando cursos livres, palestras pré-concerto e concertos comentados.
Última actualização: 16 de Agosto de 2021
Biografia
Daniel Moreira nasceu no Porto em 1983. É doutorado (PhD) em Composição Musical (King’s College; Universidade de Londres; 2017), com bolsa da Fundação para a Ciência e Tecnologia; mestre em Composição e Teoria Musical (Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo; Instituto Politécnico do Porto; 2010); e licenciado em Economia (Faculdade de Economia; Universidade do Porto; 2006).
Como principais professores, destacam-se Sir George Benjamin, Fernando C. Lapa, Dimitris Andrikopoulos e João-Heitor Rigaud (Composição); Carlos Guedes (Música Electrónica); e Miguel Ribeiro-Pereira, José Oliveira Martins e Silvina Milstein (Teoria e Análise Musical). Participou ainda em seminários e/ ou teve aulas ocasionais com Helmut Lachenmann, Klaas de Vries, Magnus Lindberg, Jonathan Harvey e Kaija Saariaho; e em workshops com o Remix Ensemble Casa da Música, Quarteto Diotima, Lontano Ensemble e a Orquestra Gulbenkian. Em 2015, foi seleccionado para o «LSO Panufnik Scheme», um conjunto de workshops ao longo de um ano com a London Symphony Orchestra, que culminou com a apresentação de uma nova peça orquestral em 2016.
Em 2009, foi Jovem Compositor em Residência na Casa da Música. Desde então, têm-lhe sido regularmente encomendadas novas obras e arranjos (Casa da Música, Festival Musica Strasbourg, European Concert Hall Organisation – ECHO, Chester & Novello, Banda Sinfónica Portuguesa, Antena 2/ RDP, MPMP Património Musical Vivo, Programa «Criatório», Kölner Philarmonie, entre outros). A sua música tem sido tocada em Portugal e no estrangeiro, destacando-se a participação em três festivais de música contemporânea, com obras escritas para os agrupamentos residentes da Casa da Música (Witten, 2009; Estrasburgo, 2010; Estrasburgo, 2012); e a estreia da obra coral Poema para a padeira em três salas de concerto europeias (Cité de la Musique, Paris; Sage Gateshead, Reino Unido; Fundação Gulbenkian, Lisboa), no âmbito do programa «Rising Stars» da ECHO, em 2014. Foi três vezes premiado em concursos de composição (3.º Prémio no Concurso Internacional de Composição Gian Battista Viotti, em Itália, em 2007; Menção Honrosa no 3.º Concurso Internacional de Composição da Póvoa de Varzim, em 2008; e 2.º Prémio no 1.º Concurso Internacional de Composição GMCL/ Jorge Peixinho, em 2014) e, em 2010, representou Portugal na Tribuna Internacional de Compositores.
A sua música abarca múltiplos géneros – da música orquestral à de câmara –, com especial ênfase, mais recentemente, em música coral (Poema para a padeira, 2013; Do Desconcerto do Mundo, 2016); ópera (Cai uma Rosa…, 2015; Ninguém & Todo-o-Mundo: ópera lírico-turística em torno de Gil Vicente, 2018); e música para grande ensemble e orquestra (Beethoven quasi una fantasia op. 27 n.º 2, 2018; Isto não é um filme, concerto para orquestra e electrónica, 2020). Desde 2017, a sua música tem também explorado a relação entre meios acústicos (vozes e instrumentos) e electrónica (Ninguém & Todo-o-Mundo; Isto não é um filme). Projectos em curso incluem a composição da música de abertura para o Pavilhão de Portugal na Exposição 2020 do Dubai (As ondas que a maré conta, ninguém as pode contar, para electrónica); a composição de música para filmes mudos (com piano e electrónica); e uma obra para octeto vocal amplificado (Quadras Pessoanas).
Enquanto investigador, dedica-se especialmente à análise da música de cinema (com especial foco na música de Bernard Herrmann) e ao estudo da ideia de musicalidade no cinema (com especial foco nos filmes de David Lynch); aborda ainda questões de harmonia e temporalidade em música dos séculos XX e XXI, tanto do âmbito erudito como popular. Os seus principais artigos incluem: Nondirected Linearity and Modulatory Networks in Webern’s op. 10/4 (Revista Portuguesa de Musicologia, 2016); The Spiral of Time: the Crystal-Image in Herrmann’s Music for Hitchcock’s Vertigo (Music Analysis, 2021); Chaos, Madness and Distorted Mirrors in Herrmann’s Music for Hitchcock’s Psycho (Journal of Film Music; artigo aceite em 2021, em fase de revisão).
É professor na ESMAE-IPP desde 2009, onde tem leccionado unidades curriculares de Análise, Estética e Composição, e onde é, desde 2020, coordenador da área de Teoria. Leccionou também na Universidade do Minho (2017-19) e, como professor visitante, no Projecto Xiquitsi, em Maputo (2015-17). É, desde 2020, investigador integrado no Centro de Estudos Interdisciplinares – CEIS20 – da Universidade de Coimbra, onde é, desde 2021, um dos coordenadores do grupo de investigação «Correntes artísticas e movimentos intelectuais». É ainda, desde 2021, membro do Conselho Fiscal da Sociedade Portuguesa de Investigação em Música. Por fim, colabora frequentemente com a Casa da Música e outras instituições, redigindo notas de programa e apresentando cursos livres, palestras pré-concerto e concertos comentados.
The Arditti Quartet
Irvine Arditti (violino), Ashot Sarkissian (violino), Ralf Ehlers (viola), Lucas Fels (violoncelo)
Observações
Estreado em 1922, esta raridade do cinema mudo português é apresentado com uma nova composição sonora, encomendada pelo Batalha Centro de Cinema ao compositor Daniel Moreira e interpretada ao vivo pelo quarteto de cordas The Arditti Quartet. Rodado nas agitadas águas de confluência entre o Tejo e o Atlântico e realizado por Maurice Mariaud, Os Faroleiros esteve perdido durante décadas, tendo sido encontrado no Palácio do Bolhão, no Porto, em 1993 — onde a empresa do produtor Raul de Caldevilla, pioneiro dos filmes de publicidade em Portugal, teve a sua sede. Um filme que, pelo seu pioneirismo e audácia técnica, se tornou num marco do cinema mudo europeu, numa altura em que os mais desafiantes e ambiciosos filmes eram o resultado do esforço de equipas multinacionais, que recorriam aos mais variados exercícios de imaginação para reproduzir, no ecrã, realidades desconhecidas.
Estreado em 1922, esta raridade do cinema mudo português é apresentado com uma nova composição sonora, encomendada pelo Batalha Centro de Cinema ao compositor Daniel Moreira e interpretada ao vivo pelo quarteto de cordas The Arditti Quartet. Rodado nas agitadas águas de confluência entre o Tejo e o Atlântico e realizado por Maurice Mariaud, Os Faroleiros esteve perdido durante décadas, tendo sido encontrado no Palácio do Bolhão, no Porto, em 1993 — onde a empresa do produtor Raul de Caldevilla, pioneiro dos filmes de publicidade em Portugal, teve a sua sede. Um filme que, pelo seu pioneirismo e audácia técnica, se tornou num marco do cinema mudo europeu, numa altura em que os mais desafiantes e ambiciosos filmes eram o resultado do esforço de equipas multinacionais, que recorriam aos mais variados exercícios de imaginação para reproduzir, no ecrã, realidades desconhecidas.
The Arditti Quartet
Irvine Arditti (violino), Ashot Sarkissian (violino), Ralf Ehlers (viola), Lucas Fels (violoncelo)
Observações
O restauro desta raridade do cinema mudo português é apresentado em estreia, com uma nova composição sonora encomendada a Daniel Moreira e interpretada ao vivo pelo quarteto de cordas The Arditti Quartet, a convite do Batalha.
Neste drama — uma ambiciosa produção dos anos 1920 restaurada no âmbito do FILMar, projeto operacionalizado pela Cinemateca Portuguesa, parceira e impulsionadora desta iniciativa, com o apoio do programa EEAGrants 2020/2024 — acompanhamos um triângulo amoroso fatal.
Em torno de Rosa (alojada no farol após a morte do seu pai no mar), do faroleiro João Vidal, por quem ela nutre sentimentos, e de António Gaspar, um outro faroleiro que vive arrebatado pelo ciúme, desenvolve-se uma narrativa apaixonante que navega entre o afeto e a violência, sempre com o mar como elemento omnipresente.
Rodado nas agitadas águas de confluência entre o Tejo e o Atlântico e realizado por Maurice Mariaud (que aqui interpreta também o papel de João Vidal), Os Faroleiros (1922) esteve perdido durante décadas, tendo sido encontrado no Palácio do Bolhão, no Porto, em 1993 — onde a empresa do produtor Raul de Caldevilla, pioneiro dos filmes de publicidade em Portugal, teve a sua sede.
O restauro desta raridade do cinema mudo português é apresentado em estreia, com uma nova composição sonora encomendada a Daniel Moreira e interpretada ao vivo pelo quarteto de cordas The Arditti Quartet, a convite do Batalha.
Neste drama — uma ambiciosa produção dos anos 1920 restaurada no âmbito do FILMar, projeto operacionalizado pela Cinemateca Portuguesa, parceira e impulsionadora desta iniciativa, com o apoio do programa EEAGrants 2020/2024 — acompanhamos um triângulo amoroso fatal.
Em torno de Rosa (alojada no farol após a morte do seu pai no mar), do faroleiro João Vidal, por quem ela nutre sentimentos, e de António Gaspar, um outro faroleiro que vive arrebatado pelo ciúme, desenvolve-se uma narrativa apaixonante que navega entre o afeto e a violência, sempre com o mar como elemento omnipresente.
Rodado nas agitadas águas de confluência entre o Tejo e o Atlântico e realizado por Maurice Mariaud (que aqui interpreta também o papel de João Vidal), Os Faroleiros (1922) esteve perdido durante décadas, tendo sido encontrado no Palácio do Bolhão, no Porto, em 1993 — onde a empresa do produtor Raul de Caldevilla, pioneiro dos filmes de publicidade em Portugal, teve a sua sede.
Teresa Nunes · soprano; João Terleira · tenor; Coro do Conservatório de Música do Porto; Crispim Luz · clarinete; Brenda Vidal · piano; Fábio Palma · acordeão; Miguel Amaral · guitarra portuguesa; Óscar Rodrigues · electrónica; Susana Lima · violoncelo; Jan Wierzba · direcção