Composta em 1982, esta peça para harpa solo reflecte a memória das vivências humanas da autora, por ocasião de uma viagem à Grécia. Uma memória na qual confluem gentes e paisagens, monumentos e fruições musicais, mas acima de tudo a marca de uma cultura e dos seus mitos. Hellas reflecte, pois, toda essa vivência filtrada e projectada no imaginário criador da compositora.
Daí o carácter, quase ritual diria, desta obra, a primeira, aliás, consagrada ao instrumento "de trabalho" da sua autora. Os elementos simbólicos, tão característicos de Clotilde Rosa (lembremo-nos, por exemplo, de Jogo Projectado II), vão aparecendo e reaparecendo ciclicamente, como componentes funcionais e "significantes" de um ritual.
Um factor de particular interesse nesta peça reside na síntese ou confluência dos aspectos "programáticos" que lhe estão subjacentes, com a longa experiência da autora como instrumentista, em diálogo íntimo com o seu instrumento.
Hellas é dedicada a Mário Falcão, que a apresentou em 1.ª audição absoluta na ilha de Man, em 1983.
Jorge Peixinho
Circulação
Obra
Tipo
Data
Entidade/Evento
Local
Localidade
País
Intérpretes
Observações
Inv Row
Hellas I
Execução
1984/May/11
8ºs Encontros Gulbenkian de Música Contemporânea
Fundação Calouste Gulbenkian - Auditório Dois
Lisboa
Portugal
Grupo de Música Contemporânea de Lisboa:
Clotilde Rosa (harpa)