Formação
A minha formação começou normalmente, estudei piano, tive aulas de piano e depois comecei no Conservatório em Viseu. Entretanto, quando deixei as aulas de piano comecei a envolver-me em coisas mais do tipo bandas rock, bandas pop e bandas jazz, a tocar com outro tipo de pessoas e a fazer essencialmente improvisação. Depois, voltei ao Conservatório e foi mais ou menos aí que decidi explorar mais a improvisação e a composição, ao mesmo tempo.
Aos 18 ou 19 anos decidi tentar ver o que é que havia em termos de cursos de composição e cursos de Música em geral, mas que tivessem uma componente forte de composição, e acabei por ir para a Universidade de Edimburgo. Foi mais ou menos aleatório, mas eu sentia que devia sair de Portugal – não por alguma razão em especial mas apenas porque queria experimentar outras coisas. E acabei por ficar na Universidade de Edimburgo onde fiz um curso de quatro anos, que é um curso geral de Música mas que sempre teve uma componente forte de composição electroacústica instrumental e que serviu as minhas necessidades na altura.
Depois resolvi continuar na vertente de composição electroacústica. Fiz o mestrado na Universidade de East Anglia, em Norwich. Isto foi um mestrado de um ano de investigação, não foi um mestrado com aulas, mas sim um mestrado a desenvolver um portfólio. Foi um mestrado em composição electroacústica, mas eu decidi tentar não fazer música electroacústica e fazer antes uma coisa do tipo instalação e improvisação e tentar sair, o mais possível, da tradição de música para fita, que é uma tradição forte em Inglaterra. Passei um ano a tentar fazer coisas com diferentes tipos de notação, improvisação e instalação. Depois resolvi regressar a Edimburgo onde, entretanto, chegou um professor de Arquitectura chamado Richard Coyne, que é uma pessoa que escreve muito sobre Design, Arquitectura e a relação entre o Design e as novas tecnologias. Aí surgiu a oportunidade de fazer um doutoramento híbrido, entre a Faculdade de Música, onde eu tinha estado a estudar antes, e a Faculdade de Arquitectura, principalmente nesta vertente de novas tecnologias. Passei aí então quatro anos também a desenvolver um portfólio composto de instalações e de várias peças que exploram noções de Design e noções de Arquitectura, e qual a relação destas noções face à Música, o espaço em relação à Música e as novas tecnologias em relação à Música.
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