Com uma formação de base ligada às artes visuais e à música (Mendelsohm Hochschule für Musik, Atelier Livre, FBA-UL), Adriana Sá investiga a contaminação recíproca de meios e sensibilidades criativas. Tem vindo a jogar com o som e a luz em conexão com arquitectura, movimento, metereologia, geometria, filosofia e outros campos de denominação mais difícil. Artista transdisciplinar, performer, improvisadora/ compositora, alguns dos seus projecto-série implicam a condução de processos de colaboração artística.
Adriana Sá tem vindo a desenvolver e a apresentar o seu trabalho pela Europa, nos EUA e no Japão, com frequência no âmbito de residências artísticas. Utiliza arames amplificados esticados pelo espaço, vocalizações e vários tipos de electrónica, incluindo instrumentos para controlar o som através da luz; como o 'instrumento de percussão lumínica' e o 'instrumento de luz sonora', cujas características arquitectónicas se conjugam em performances-instalações de acordo com uma determinada programação prévia e site-specific.
Biografia
Licenciada em Belas Artes, Adriana Sá trabalha actualmente como artista intermedia, performer e improvisadora/compositora. A pintura-objecto, a instalação site-specific, a performance e o som foram fluidamente incluídos no seu conceito de pintura, sendo agora subjacentes a uma estratégia transdisciplinar. Tem vindo a desenvolver e a apresentar trabalho internacionalmente, na Europa, nos EUA e no Japão; muitas vezes, no âmbito de programas de residência artística.
Adriana Sá tem relacionado som e luz com arquitectura, movimento, meteorologia, geometria, filosofia e outros campos. O trabalho permanece entre áreas artísticas, fundamenta-se no processo de viver e é encarado com ferramentas de som. Performance significa para ela uma exposição pessoal, no âmbito de um jogo que envolve simultaneamente o controle sobre o que se está a passar e a aceitação-integração do inesperado. A sua prática técnica segue a estética natural do fazer e implica a assimilação positiva do 'erro'. Há um investimento contínuo no 'humano por detrás da máquina'.
Trabalhando as sonoridades de modo provocativo, Adriana Sá joga com as transições entre estados psico-físicos. As suas partituras gráficas coreografam mais a textura, a densidade, as variações de dominância e sequência, do que tempos-relógio ou arranjos de notas. A presença física do corpo e do set-up tecnológico são também assumidos na sua significância arquitectónica. Materiais sonoros e gradientes lumínicos combinam-se e encadeiam-se, desdobrando-se em espaços, movimentos e happenings.
A sua instrumentação compreende arames amplificados esticados no espaço, vocalizações, samplers e electrónica, incluindo instrumentos construídos por ela mesma ou para ela, a fim de controlar o som através da luz. O 'instrumento de percussão lumínica' inclui estroboscópio, circuito fotossensível analógico, gerador áudio e modulador de delay; ritmo, timbre e dinâmica são parâmetros controlados ao vivo. O 'instrumento de luz sonora' desdobra-se numa extensa gama de possibilidades performativas. Os seus cabos muito longos desenham-se, suspensos, no espaço, para redefinir a sua performatividade local. Ao traduzir gradientes lumínicos mutáveis em variações sonoras paramétricas, estabelece novas relações entre um local e o contexto em que se insere. Os movimentos luz/ sombra controlam o comportamento sonoro em tempo real, de acordo com a programação prévia das relações entre circuitos fotossensíveis, i-cube e Lisa software. Este instrumento opera processamento de samples, geração/ modulação/ mistura de frequências e processamento de live-inputs.
Em colaboração, Adriana Sá enfatiza a exigência de 'abertura' e de consciência nevrálgica do todo. As especificidades técnicas e humanas são matéria-prima para experiências e discussões no sentido de novas possibilidades de hibridização artística. O contexto de trabalho tende, nos projectos-série colaborativos, a ser extremamente variável. Isto é assumido como um estímulo para revitalizar as capacidades de resposta artística e explorar ferramentas artísticas e pessoais em profundidade.
[... procuramos algo como uma linguagem operacional, comum entre nós? Uma articulação de significados: se soubermos o que significa X e Y para cada um de nós, podemos relacionar-nos sem eu adoptar o teu X e tu adoptares o meu Y. Juntos podemos desenvolver Z, que é o campo de interacção entre X e Y, e entre a tua tendência para X e a minha para Y. Z adquire as suas próprias materialidade e gama de significados. A sua vitalidade consiste num jogo de (des)equilíbrios que se sobrepõem e entrecruzam; o nosso trabalho conjunto é estruturado pelas relações que se estabelecem entre aquilo que somos, sentimos ou acreditamos.] In "To build meanings upon Differences", by Adriana Sá, “The Space of Extremes / do-group”, 2002, ed. Birger Sevaldson & Michael Hensel, AHO – Oslo School of Architecture
A organização de eventos e plataformas de debate também tem sido significativa para o seu processo de trabalho. Participam intervenientes culturais locais e internacionais. Estes encontros oferecem uma paisagem de performances artísticas, proposições teóricas e investigações científicas, fornecendo material para mais discussões e reflexões.
Seminário "d-fusion: fusion and diffusion in contemporary urban fabric"
- 2001
Finlandia Hall
Helsínquia
Finlândia
Observações
Conferências
"Life-work Fluidity"
- 2001
AA - Architectural Association
Londres
Reino Unido
Observações
Ensino
Workshop "Entre poles"
CEM – Centro em Movimento
Lisboa
Portugal
Observações
Ensino
Workshop "lightpeaksoundscape"
- 2003
Lugar Comum
Barcarena
Portugal
Observações
Ensino
Workshop "The immaterial space of desire: Threshold"
- 2001
AA – Architectural Association
Londres
Reino Unido
Observações
Integrado no curso de pós-graduação "Emergent Technologies"
Integrado no curso de pós-graduação "Emergent Technologies"
Ensino
Workshop "Borderless Territories"
- 2000
Galeria ZDB - Zé dos Bois
Lisboa
Portugal
Observações
Produção
Intermedia Meetings
- 2001
Lugar Comum
Barcarena
Portugal
Observações
Produção
Encontros sobre Educação e Formação Artística
- 1999
CPAI
Fundação Calouste Gulbenkian
Lisboa
Portugal
Observações
Produção
Festival Atlântico 97 – Corpo, Arte e Tecnologia
- 1997
Lisboa
Portugal
Observações
Bolsas, Residências e Financiamentos
Designação
Data
Entidade
URL
Localidade
País
Observações
Media Centre Residency
2003/Oct/01 - 2003/Dec/31
Media Centre de Huddersfield
Huddersfield
Reino Unido
Observações
Metronom - Electronic Arts Studio Residency
- 2002
Metronom - Electronic Arts Studio
Barcelona
Espanha
Observações
Criação de um instrumento de luz-som (que envolve sensores, I-cube e Lisa software), com a assistência de Bert Bongers (director do estúdio), com apoio do Instituto de Arte Contemporânea
Criação de um instrumento de luz-som (que envolve sensores, I-cube e Lisa software), com a assistência de Bert Bongers (director do estúdio), com apoio do Instituto de Arte Contemporânea
Aomori Contemporary Art Center Residency
- 2002
Aomori Contemporay Art Center, Município de Aomori e Fundação Oriente
Japão
Observações
Apoio complementar da Fundação Oriente (Portugal)
Apoio complementar da Fundação Oriente (Portugal)
Práticas de Colaboração Artística
- 2000
Fundação Calouste Gulbenkian, Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento, Instituto Camões, Instituto de Arte Contemporânea e Organizing the Reallocation of Technology
Estados Unidos da América
Observações
Residências contíguas e múltiplas performances nos dois países (quatro semanas em Portugal, doze nos EUA)
Residências contíguas e múltiplas performances nos dois países (quatro semanas em Portugal, doze nos EUA)
Bolsa Ernesto de Sousa
1999/Mar/01 - 1999/Apr/30
Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento, Fundação Calouste Gulbenkian e Experimental Intermedia Foundation (Nova Iorque), e ainda com as participações da Wesleyan University e do Rensslayer Polytechnic Institute
Estados Unidos da América
Observações
STEIM Residency
- 1999
STEIM
Países Baixos
Observações
Residência para orientação de projecto e familiarização com o software Lisa vs.2. com o apoio do Instituto de Arte Contemporânea
Residência para orientação de projecto e familiarização com o software Lisa vs.2. com o apoio do Instituto de Arte Contemporânea
Duende Artist Initiative
- 1999
CBK - Fine Arts Centre / Instituto de Arte Contemporânea
1978-83: Mendelssohn Hochshule für Musik. Leipzig, República Democrática da Alemanha
1987-91: Escola António Arroio. Lisboa, Portugal
1987-95: Atelier Livre (curso de artes experimentais). Lisboa, Portugal
1991-97: Licenciatura pela FBA-UL (Pintura). Lisboa, Portugal