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Foi em 1962 que a Fundação Calouste Gulbenkian decidiu estabelecer um agrupamento orquestral permanente, no início constituído apenas por doze elementos (Cordas e Baixo Contínuo), sob o nome de Orquestra de Câmara Gulbenkian. Esta formação inicial foi sendo progressivamente alargada, contando hoje a Orquestra Gulbenkian (designação adoptada desde 1971) com um efectivo de sessenta e seis instrumentistas, que pode ser pontualmente expandido de acordo com as exigências dos programas executados. Esta constituição, pouco habitual nos nossos dias e situando-se entre a formação de câmara e a sinfónica, permite à Orquestra Gulbenkian a abordagem interpretativa de um amplo repertório que abrange todo o período Clássico, uma parte significativa da literatura orquestral do século XIX e muita da música do século XX. Obras pertencentes ao repertório corrente das grandes formações sinfónicas tradicionais, nomeadamente a produção orquestral de Haydn, Mozart, Beethoven, Schubert, Mendelssohn ou Schumann, podem assim ser dadas pela Orquestra Gulbenkian em versões mais próximas dos efectivos orquestrais para que foram originalmente concebidas, no que respeita ao equilíbrio da respectiva arquitectura sonora interior. Os programas realizados pela Orquestra Gulbenkian obedecem, por princípio, a uma preocupação de incluir, no âmbito dos diversos períodos abrangidos pelo seu repertório, composições raramente ouvidas ou mesmo completamente desconhecidas do público em geral. Nesta perspectiva, a Orquestra apresentou já um grande número de primeiras audições absolutas de obras contemporâneas, muitas das quais encomendadas pela própria Fundação Calouste Gulbenkian, quer a grandes nomes da criação musical do nosso tempo, como Berio, Penderecki, Xenakis ou Halffter, entre outros, quer aos mais representativos compositores portugueses da actualidade. Tem vindo, assim, a exercer junto do grande público uma acção cultural de carácter formativo da maior importância. Em cada temporada, a Orquestra Gulbenkian realiza no Grande Auditório da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, uma série regular de concertos, em cujo âmbito tem tido ocasião de colaborar com alguns dos maiores nomes do mundo da música (maestros e solistas), tendo por diversas vezes sido igualmente chamada a intervir em espectáculos de ópera. Por outro lado, percorre todos os anos em digressão um elevado número de localidades de Portugal, cumprindo desta forma uma significativa função descentralizadora. No plano internacional, por sua vez, a Orquestra tem vindo a ampliar gradualmente a sua actividade, tendo até agora efectuado digressões na Europa, Ásia, África e Américas. No passado mais recente, de referir o convite que a Orquestra Gulbenkian recebeu para participar no Ciclo «Orquestas del Mundo», em Madrid, em que apresentou, com Evgeny Kissin como solista, a integral dos concertos para piano de Beethoven. Este programa foi também ouvido em Munique (Philharmonie im Gasteig) e Berlim (Philharmonie), onde a Orquestra o apresentou em Fevereiro de 2005. Em Dezembro de 2006, apresentou-se em Amesterdão, Paris e Madrid, numa digressão com a pianista Hélène Grimaud, e já em 2007, desta vez com os pianistas Arcadi Volodos e Lise de La Salle, realizou uma digressão à Alemanha e Hungria, tocando em cidades como Berlim, Munique, Hamburgo e Budapeste, entre outras. Neste mesmo ano, a Orquestra Gulbenkian regressou à Alemanha, para se apresentar com Lang Lang em cinco cidades diferentes. A Orquestra Gulbenkian gravou já dezenas de discos, associando o seu nome às editoras discográficas Philips, Deutsche Grammophon, Hyperion, Teldec, Erato, Adès, Nimbus e Lyrinx, entre outras, e de onde ressalta o destaque dado à música portuguesa. Esta sua actividade foi distinguida desde muito cedo com diversos prémios internacionais de grande prestígio, designadamente o Grand Prix National du Disque da Académie du Disque Français (1967), o Grand Prix da Académie Nationale du Disque Lyrique (1969, 1975), o Grand Prix International du Disque da Académie Charles Cros (1972, 1974, 1980), o Laser d'Or da Académie du Disque Français (1988), o Prix Berlioz da Académie National du Disque Lyrique (1989), o Classique d'Or da Radiotelevisão do Luxemburgo (1990) e o Orphée d'Or (1991). Entre os últimos projectos discográficos destaca-se o trabalho para a Deutsche Grammophon com o violoncelista Jian Wang (Concertos para Violoncelo e Orquestra de Haydn), em que a Orquestra Gulbenkian foi dirigida pelo maestro Muhai Tang (1999), o registo com obras de Vianna da Motta para a Hyperion, com o pianista Artur Pizarro e o maestro Martyn Brabbins (2000) e a colaboração com a guitarrista Sharon Isbin na gravação de dois concertos para guitarra e orquestra dos compositores Christopher Rouse e Tan Dun, de novo sob a direcção de Muhai Tang (2001), para a Teldec. Relativamente a este último registo, de sublinhar a atribuição, em 2002, de dois importantes prémios internacionais, um Grammy, na categoria de “Melhor Composição Contemporânea” (Concerto de Gaudí, de Rouse), e o Echo Klassik, na categoria de “Melhor Gravação”. Já em 2004 foram editados pela Oehm os dois concertos para viola de Franz Anton Hoffmeister que a Orquestra Gulbenkian havia registado em colaboração com o violetista Ashan Pillai e sob a direcção do maestro Christopher Hogwood. No presente ano, foi editada pela Naïf a gravação dos primeiros concertos de Liszt, Chostakovitch e Prokofiev que a Orquestra Gulbenkian, sob a direcção do maestro Lawrence Foster, realizou com Lise de La Salle em 2006. Desde a temporada de 2002-2003, Lawrence Foster é o responsável pela direcção artística do agrupamento, acumulando as funções de Maestro Titular. Claudio Scimone, que ocupou este último cargo entre 1979 e 1986, foi nomeado em 1987 Maestro Honorário. Julho de 2007