Local Fundação Calouste Gulbenkian - Grande Auditório
Localidade Lisboa
País Portugal
Notas Sobre a Obra
Paradeisoi é o nome grego dado aos jardins antigos persas que tiveram o seu auge na dinastia Aqueménida (559-330 ac). Os jardins persas são sempre rodeados por muros, tendo, normalmente, entradas simples que nunca se situam no eixo central da composição. A palavra persa para estes jardins é pairi-daeza (espaço fechado), termo que foi adoptado pela mitologia cristã na descrição do jardim de Éden ou paraíso na terra. Estes jardins têm, por vezes, elementos de surpresa, como, por exemplo, entradas labirínticas. Na construção destes jardins, que também eram chamados de jardins formais, existia a preocupação de combinar os elementos considerados como principais: água, sol, vento, frutos e pássaros.
Os jardins persas procuravam retratar o universo; nesta representação, com o microcosmo em comunicação com o macrocosmo, encontramos diferentes formas de expressão que correspondem a desejos íntimos e profundos deste povo, tais como uma árvore que brota a água que nasce de dentro de uma montanha. Na construção destes espaços, a preocupação formal é muito importante, conjugando a simplicidade estética com o rigor técnico. Na elaboração dos diferentes parâmetros formais é dada muita importância à relação entre luz e sombra, bem como, à articulação entre o sentido estático e o sentido de movimento.
Todas estas questões formais foram consideradas primordiais na elaboração do tecido musical desta obra que, como num paradeisoi, procura a harmonia resultante do diálogo arquitectura versus natureza, espaço aberto versus espaço fechado, material versus espiritual.
Encomenda
Data 2006
Entidade Fundação Calouste Gulbenkian - Serviço de Música