No dia 2 de Fevereiro, na Casa da Música, no Porto, serão estreadas três novas obras de compositores portugueses pelo saxofonista Henrique Portovedo. Este músico tem-se destacado na interpretação de música contemporânea, tendo estreado diversas obras de jovens compositores portugueses. Nesta ocasião tocará duas obras em estreia de compositores editados pelo MIC.PT: Variações sobre Espaço, de Filipe Lopes, e Numb, para saxofone barítono e electrónica, de Igor C. Silva. Portovedo tocará ainda, de Hugo Correia, Radicibus, para saxofone, electrónica e guitarras (também em estreia, com o convidado especial Lendário Homem do Trigo). As obras “reflectem elas mesmas a influência do próprio saxofonista e do seu idioma performativo” como se pode ler no programa do concerto, que conta com convidados especiais como Nuno Aroso, Hugo Correia e João Rapozo, entre outros. Este programa retrospectivo da sua carreira como intérprete dedicado à música contemporânea inclui também obras de Mauricio Sotelo, Georges Aperghis, Luciano Berio e Hikari Kiyama.

Os Encontros Nova Música em Vila do Conde começam em Fevereiro a sua 3ª temporada. Com direcção artística do compositor Eduardo Patriarca, estes Encontros pretendem trazer, uma vez por mês, um projecto recente associado à música contemporânea, apresentando novos intérpretes e compositores. A iniciativa inicia-se no dia 26 de Fevereiro, às 21h30, no Salão Nobre do Teatro Municipal de Vila do Conde, com um concerto do Coffee Quartet, composto por estudantes de música, com uma formação pouco usual: flauta, oboé, clarinete e eufónio. Este concerto será integralmente composto por obras em estreia escritas para o grupo de Rúben Borges, Nuno Lobo, André Ramos, e de Eduardo Luís Patriarca, compositor editado pelo MIC.PT com a obra …like that bluebird (goodbye Mr. Jones). Os membros do Coffee Quartet são Morgana Patriarca (flauta), Fábio Soares (oboé), Bárbara Dias (clarinete) e Gabriel Silva (eufónio). Os “Encontros Música Nova em Vila do Conde” prolongam-se até Abril com actuação de outras formações, incluindo o duo de flauta e percussão Novigi Projekto (em Março) e o Index Duo (violoncelo e marimba, em Abril).

Carlos Alberto Augusto, compositor editado pelo MIC.PT, estará em residência no O'culto da Ajuda, em Lisboa, entre 25 de Janeiro e 27 de Fevereiro, no Laboratório Electroacústico de Criação da Miso Music Portugal. O compositor prepara a apresentação da sua ópera “TMIE, standing on the threshold of the outside world”, co-produzida pela Miso Music Portugal. Nos dias 25, 26 e 27 de Fevereiro a sua criação será apresentada no O’culto da Ajuda, em estreia absoluta. Marina Pacheco, soprano, será a intérprete desta ópera escrita e concebida pelo compositor, com a participação de Luís Filipe Cunha na concepção visual. TMIE, standing on the threshold of the outside world: from the spirals of the universe to the spirals of the inner self é uma ópera-solo criada por Carlos Alberto Augusto. A obra parte de fragmentos do filósofo grego Empédocles, que o compositor considera o autor da “primeira teoria sobre a audição”. É um teatro musical que cruza três histórias e três personagens interpretadas por uma única cantora, Marina Pacheco; a obra reflecte sobre a escuta e o ouvido humano.

O vídeo 'Âphâr recebeu um prémio internacional, “Award of Recognition”, no Best Shorts Film Competition Award, na categoria de Animação. O vídeo de 2015 acompanha a obra 'Âphâr, escrita em 2007. ‘Aphâr é uma obra electroacústica para 8 canais, com a duração de 11’ de João Pedro Oliveira, compositor editado pelo MIC.PT que tem recebido inúmeros prémios internacionais pelas suas composições. ‘Aphâr é uma palavra hebraica que significa “pó” ou “poeira”. A peça é inspirada no sonho de Jacob, descrita no Antigo Testamento. ‘Aphâr foi composta no estúdio do compositor e no Estúdio de Música Electroacústica da Universidade de Aveiro. Já tinha recebido o 1.º prémio no concurso Yamaha-Visiones Sonoras (México) em 2007.

Uma nova obra de António Pinho Vargas, o seu Concerto para violino à memória de Gareguin Aroutiounian, estreia no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, no próximo dia 7 de Fevereiro, às 17h. O compositor editado pelo MIC.PT dedica a obra ao maestro e violinista arménio Gareguin Aroutiounian, que integrou desde 1989 a Orquestra Gulbenkian. Para além da sua carreira como intérprete (com destaque para a música de câmara) Aroutiounian teve um papel importante como professor, tendo leccionado em várias escolas de música portuguesas. Gareguin Aroutiounian, nascido em 1951, morreu em Março de 2014. O concerto de António Pinho Vargas será tocado pela Orquestra Metropolitana de Lisboa, com direcção de Gary Walker, com Tamila Kharambura no violino.

O Trash Panda Collective, um novo ensemble de música contemporânea que inclui vários intérpretes portugueses, apresentou no dia 20 de Janeiro, em Amsterdão, obras de dois compositores portugueses editados pelo MIC.PT. O grupo dirigido por Jan Wierzba estreou-se no Theaterzaal do Conservatório de Amsterdão (CVA) com um programa que incluiu obras de Igor C. Silva (You should be blind to watch TV, para ensemble and electrónica) e Filipe Lopes (Do desenho e do som, para ensemble, electrónica, live-score e vídeo). para além de peças de Polo Vallejo e Louis Andriessen. No dia 17 de Fevereiro, na sala Steim do CVA, será apresentada a obra Frames#87, de Igor C. Silva, para clarinete, electrónica ao vivo e vídeo, com interpretação do clarinetista Frederic Cardoso.

Carlos Alberto Augusto junta-se a partir de Fevereiro aos Compositores Editados pelo MIC.PT. O catálogo on-line de partituras do MIC. PT inclui três novas partituras suas: Os Sinos dos Cristais (2013), para coro; Akinesis (2001), teatro musical para viola e eletrónica , The Moment of Being (2005), teatro musical para percussão e electrónica. Carlos Alberto Augusto tem trabalhado sobretudo na composição para teatro e teatro-música, com dezenas de criações para diversos grupos, com destaque para as colaborações regulares com o Teatro da Rainha (em Caldas da Rainha). A sua música tem na maior parte dos casos uma forte componente teatral. Estudou com Murray Schaeffer e Barry Truax, para além de ter colaborado com a compositora Constança Capdeville. Tem actividade também na área do multimédia, vídeo e comunicação interactiva, como músico e sound designer. Para além de compositor, tem desenvolvido um intenso trabalho de investigação e escrita na área da “ecologia acústica”. Trabalhou nos domínios da investigação, legislação, normalização e controlo do ruído. Estreará no dia 25 de Fevereiro uma nova ópera, TMIE, no O'culto da Ajuda, em Lisboa.

Pedro Rebelo prossegue o seu trabalho de investigação em cruzamento com a composição. Encontra-se agora disponível no soundcloud uma nova obra sua que articula a prática criativa com um entendimento abrangente da teoria da cultura e uma reflexão sobre as novas tecnologias. Listening to Voices foi lançada a 12 Janeiro 2016 no Centre for Contemporary Arts, em Glasgow. Pedro Rebelo, compositor editado pelo MIC.PT, é também um performer activo na área da música de câmara e da improvisação. No final do mês passado esteve em Berlim para dois concertos: no dia 28 de Janeiro tocou no Exploratorium Berlin, um espaço dedicado à música improvisada e às pedagogias musicais criativas. Aí apresentou-se ao piano num concerto com Franziska Schroeder (saxofones). O concerto fez parte da rubrica “Sound and Lecture – Improvisação em diálogo”. No dia seguinte, o pianista e compositor voltou a actuar em Berlim, desta vez no Kühl Spot Social Club na companhia de mais músicos para um concerto de música improvisada com o duo grego de Yorgos Dimitriadis e Antonis Anissegos, o trompetista Tom Arthurs e de novo a sua colaboradora do Faint Trio, Franziska Schroeder, nos saxofones.

O ExpressOriente Duo lançou um CD com novas obras de compositores portugueses. O disco, intitulado A China fica ao lado, foi lançado nos dias 23 de Janeiro, no CAAA (Centro para os Assuntos da Arte e Arquitectura de Guimarães) e no dia 30 de Janeiro no Museu Nogueira da Silva, em Braga, com dois concertos com obras de Ângela Lopes, Rui Dias (ambos compositores editados pelo MIC.PT) e de Pedro Junqueira Maia. Aos três compositores foram feitas encomendas de obras a partir do tema proposto, numa homenagem a Maria Ondina Braga. A China Fica ao Lado parte de um livro de contos escrito em 1968 em Macau por Maria Ondina Braga, escritora natural de Braga que sempre revelou uma enorme paixão pela cultura oriental. Daí surgiu a inspiração para o disco e para o programa apresentado, com três peças inéditas de compositores portugueses. O ExpressOriente Duo foi fundado em 2006 pelo guitarrista Carlos Lima e pelo flautista José Gil Magalhães, e tem explorado repertório pouco comum, apresentando frequentemente obras originais, com interesse na pesquisa de um universo sonoro que sintetize as tradições ocidental e oriental.

Carlos Alberto Augusto, Os Sinos dos Cristais (2013)

Carlos Alberto Augusto, Akinesis (2001)

Carlos Alberto Augusto, The Moment of Being (2005)

José Mesquita Lopes, A Natureza, o Povo e o Espaço (2013)

Cândido Lima, ETHNON - canto do paraíso (2010/2012)

Este mês de Fevereiro, no contexto da nova série dos Dossiers . Compositores Portugueses dos séculos XX e XXI, editamos e disponibilizamos on-line uma nova publicação - a versão portuguesa do Dossier n.º 6 de Christopher Bochmann.
A série, Dossiers . Compositores Portugueses dos séculos XX e XXI, tem como objectivo promover o trabalho dos compositores portugueses da actualidade, constituindo uma "introspecção" no trabalho de cada um dos criadores, sendo simultaneamente um incentivo para investigar e (re)descobrir a sua música, assim como a sua reflexão estética e filosófica. Cada um dos Dossiers é composto de uma nota biográfica, questionário/entrevista ou artigo musicológico, catálogo de obras com duas ordenações (por instrumentação e por ordem cronológica) e discografia.