|
Daniel Martinho Em Foco no MIC.PT em dezembro

Daniel Martinho, compositor, docente e intérprete, que em 2025 comemora o seu 40.º aniversário, está Em Foco no MIC.PT em dezembro. Concluiu o curso de Composição na ESMAE, no Porto, tendo trabalhado com Carlos Guedes, Dimitris Andrikopoulos, Eugénio Amorim e Fernando C. Lapa. Frequentou seminários e teve aulas particulares com Klaas de Vries, Magnus Lindberg, Jonathan Harvey, Helmut Lachenmann, Vic Hoyland e Ricardo Climent, tendo integrado o mestrado em Composição e Teoria Musical na mesma escola. Em 2010, foi Jovem Compositor Residente da Casa da Música. Teve obras encomendadas pela Banda Sinfónica Portuguesa, pelo Sond’Ar-te e pelo ensemble MR SC & Wild Bones Gang, entre outros. Além de Portugal, a sua música foi apresentada nos EUA, no Japão, na China e na Suíça. Daniel Martinho interessa-se pela intersecção entre instrumentos acústicos e eletrónicos, procurando um uso inteligível e emocional de uma familiaridade ambígua, e explorando formas incomuns de criação de som. Nos últimos tempos, tem vindo a desenvolver a sua vertente de instrumentista/compositor, focando a sua performance na criação em tempo real com sintetizador modular. Em dezembro, não percam a secção Em Foco no MIC.PT, com uma nova entrevista a Daniel Martinho.
|
Atividade · Compositoras e Compositores Editados pelo MIC.PT

A 30 de dezembro, no Museu do Oriente em Lisboa, será estreada a obra de António Pinho Vargas (compositor editado pelo MIC.PT), intitulada Dissolves me into geometrics (2025), para septeto de percussão, interpretada por jovens músicos: Carolina Gomes, Diogo Pinto, Francisco Franca, Raúl Eira, Leonardo Simões, Pedro Arrieche e Paulo Dias, sob a orientação de Nuno Aroso. Este concerto, que contará com a participação de alunos e alunas de instituições de ensino superior português com curso de Percussão, e no qual serão ainda estreadas obras de Bernardo Lima e Nádia Carvalho, está integrado no 6.º Festival Itinerante de Percussão, uma iniciativa da associação Arte no Tempo. Na entrevista do MIC.PT de 2021, António Pinho Vargas afirmou: «Nunca procurei explicar muito do ponto de vista das técnicas as minhas obras. Há um grupo de compositores que analisam e descrevem os métodos e as técnicas e há outro grupo que prefere falar sobre as suas intenções. Pertenço ao último grupo. Cada obra é uma “coisa” que fomos capazes de fazer, uma espécie de artesanato que, no final, pode produzir uma significação que nos ultrapassa. Torna-se algo que existe por si ou pode não existir e nesses casos retiro-as. É contingente, misterioso e, por vezes, incontrolável...»
|

Em dezembro, será estreada a obra para piano solo Remember do compositor Christopher Bochmann (editado pelo MIC.PT), uma encomenda da organização Impacto Ímpar integrada nas comemorações dos 250 anos do nascimento de João Domingos Bomtempo. A peça será estreada no dia 8, no Centro Cultural de Lagos, durante a 4.ª edição do Festival e Concurso de Música Infante D. Henrique, uma iniciativa dedicada à promoção da criação musical erudita e contemporânea. A interpretação de Remember ficará a cargo do pianista Rem Urasin. Com esta estreia, Christopher Bochmann alimenta o diálogo entre a tradição e a contemporaneidade e contribui para assinalar a memória de Bomtempo, um dos compositores mais relevantes da história da música portuguesa, reconhecido como um dos pioneiros da música sinfónica. O programa do concerto em Lagos incluirá ainda estreias de obras de seis compositores algarvios, na interpretação de Rui Mourinho (guitarra), Pablo Lapidusas (piano) e Vasco Ramalho (marimba); de Ricardo Martins (guitarra portuguesa), Vítor Bacalhau (guitarra elétrica) e Bruno Martins (contrabaixo); de Mariana Picado (soprano), Francisco Brazão (tenor) e Valter Fralda (piano); de João Cunha (violino) e Gonçalo Duarte (guitarra).
|

Em dezembro, o compositor Fernando C. Lapa (editado pelo MIC.PT) terá obras interpretadas na Turquia e em Portugal. Claridades, uma peça para duo de guitarras composta este ano, será tocada no dia 6 no Centro Cultural Yaşar Kemal, em Ancara, a capital da Turquia, a propósito do 4.º festival International Ankara Guitar. Claridades será apresentada pelo Euterpe Guitar Duo formado pelos guitarristas Pedro Lopes Baptista e Titus Isfan, aos quais Fernando C. Lapa dedicou a composição. Segue-se a apresentação de Margato son, obra que parte de uma melodia tradicional mirandesa, a 13 de dezembro no Laboratório de Artes — Teatro Vista Alegre de Ílhavo, pelo percussionista Tiago Soares, que tocará também obras de Ângela da Ponte (compositora editada pelo mic.pt) e Filipe Fernandes. No dia 20, será a vez de Para um Natal português, obra que Fernando C. Lapa compôs a partir de melodias tradicionais portuguesas. O concerto terá lugar no Grande Auditório do Teatro de Vila Real, e contará com a participação do Coro e da Orquestra do Conservatório Regional da cidade, dirigidos por Valter Palma. No mesmo dia, na Sé Catedral do Porto, o Coro da Sé Catedral e a Orquestra Clássica da Maia, sob a direção do maestro Tiago Ferreira, interpretarão a obra Natal português, composta por Fernando C. Lapa em conjunto com Carlos Azevedo, Fernando Valente e Eugénio Amorim.
|

Duas obras acusmáticas dos compositores António Ferreira e Filipe Esteves (editados pelo MIC.PT), fazem parte da programação do Curto-Circuito 2025 — Festival de Electrónica de Lisboa, que decorrerá no O’culto da Ajuda nos dias 5 e 6 de dezembro. Do primeiro compositor, o público do Curto-Circuito terá a oportunidade de ouvir uma nova versão da composição Les Barricades Mystérieuses de 2009, intitulada Reload 2025, que António Ferreira difundirá através da Orquestra de Altifalantes da Miso Music Portugal no dia 5 de dezembro. No dia seguinte, será a vez de Filipe Esteves, que, igualmente através da Orquestra de Altifalantes, espacializará a estreia absoluta da sua obra intitulada Rio imaginário II. Com a participação de músicos portugueses e estrangeiros, nomeadamente daRocha/Strassmüller, Manuella Blackburn, Cláudio de Pina, Carla Santana & Carlos Santos e Hans Tutschku, o Curto-Circuito 2025 celebra a criação contemporânea através de duos com instrumentos e eletrónica em tempo real e obras acusmáticas difundidas pelos próprios compositores na emblemática Orquestra de Altifalantes da MMP. O programa inclui ainda a apresentação da obra premiada no 26.º Concurso Internacional de Composição Electroacústica Música Viva 2025, e o lançamento do CD Audiotopia (Carla Santana & Carlos Santos), numa edição da Miso Records.
|

As duas compositoras selecionadas no âmbito da Chamada Aberta — Cadavre Exquis, lançada no contexto do projeto europeu Mind the Gap, que reúne oito compositoras de França, Portugal, Letónia e Hungria, convidadas a criar conjuntamente um Cadáver Esquisito musical, são Isabel Soveral e Patrícia Sucena de Almeida, ambas editadas pelo MIC.PT. O arranjo de D’un jardin clair (1914), de Lili Boulanger, realizado pela jovem compositora francesa Lisa Heute, é o ponto de partida para este processo de criação partilhada. A partir desta peça, o processo de composição desenvolve-se como uma cadeia criativa: cada compositora escreve a partir dos últimos 30 segundos da obra anterior, sem conhecer a totalidade da mesma. Para além de Isabel Soveral e Patrícia Sucena de Almeida, foram selecionadas para participar neste Cadavre Exquis as compositoras Gundega Šmite (Letónia), Anne Castex (França), Virág Anna Virág (Hungria), Alise Rancāne (Letónia), Daphné Hejebri (França) e Abigél Varga (Hungria). O projeto Mind the Gap, que celebra a diversidade e promove a igualdade de género na criação musical contemporânea, é cofinanciado pelo programa Europa Criativa da União Europeia e resulta de um consórcio internacional de organizações dedicadas à música contemporânea, liderado pela Piano and Co. (França), em parceria com a Miso Music Portugal, Sansusī (Letónia) e Pro Progressione (Hungria).
|

Em dezembro, Jaime Reis (compositor editado pelo MIC.PT) tem uma agenda intensa, com concertos em Portugal e na Bélgica, bem como a realização de um dos eventos mais relevantes do Projecto DME, organização que dirige. No dia 5, na Sala Manoel de Oliveira, em Fafe, realiza-se um concerto acusmático integrado no Workshop de Introdução à Música Electroacústica, promovido pelo Projecto DME. O programa incluirá duas obras de Jaime Reis: Fluxus, pas trop haut dans le ciel (2017) e Corpos Sonoros I: reencarnação (2024). No dia 17 de dezembro, no espaço Le Senghor, em Bruxelas, na Bélgica, no âmbito da iniciativa Fondation Annette Vande Gorne — Concert 3, Jaime Reis espacializará a sua obra Fluxus, Lift (2013). No final do mês, no âmbito do 6.º Festival Itinerante de Percussão, uma iniciativa da Arte no Tempo, o percussionista André Dias interpretará a obra Reificação Espectral, de Jaime Reis, de 2004. Este concerto decorrerá no dia 28, na Escola Superior de Música de Lisboa. Por último, entre 11 e 14 de dezembro, o Projecto DME promoverá em Seia um dos seus momentos anuais incontornáveis: o Festival DME 2025. A iniciativa reunirá compositores, intérpretes e investigadores — como Diana Botelho Vieira, Marina Camponês, o RePercussion Trio, Beatriz Costa, Frederic Cardoso, entre outros — reforçando assim a posição do festival como um espaço central para a criação e difusão da música contemporânea em Portugal.
|

Duas obras para percussão de João Pedro Oliveira (compositor editado pelo MIC.PT) serão apresentadas este mês, em Seia e em Lisboa. A primeira, Kairos (2025), faz parte do concerto Metatempo, que o RePercussion Trio dará no dia 14 de dezembro durante o Festival DME 2025, em Seia. No âmbito deste programa, o RePercussion apresentará também as peças, Fragile Movements Towards Absence (2025), de Hugo Vasco Reis, e Did We Speak Up? (2025), de Luís Antunes Pena (ambos compositores editados pelo MIC.PT). Metatempo constitui «uma provocação em torno das implicações do tempo, ou da perceção do seu decurso, na sequência de eventos associada à crise climática em dialética com as suas causas e impactos culturais». Outra obra de João Pedro Oliveira, Kinetic Energy (2020), será interpretada por João Dias (marimba) e Nuno Aroso (vibrafone), a 27 de dezembro, na Escola Superior de Música de Lisboa, durante o 6.º Festival Itinerante de Percussão, uma iniciativa da associação Arte no Tempo. Neste concerto, o público terá ainda a oportunidade de ouvir a peça Trio para vibrafone e eletrónica — Paráfrase (2024), de Ângela Lopes (compositora editada pelo MIC.PT), bem como a música de José Alberto Gomes, Daiki Kato, Vasco Ramalho e Keiko Abe.
|

As obras, Quarteto de Cordas n.º 1 (2023), de Mariana Vieira, e TO_mbeau (2023), para flauta, clarinete, violino, violoncelo e piano, de Carlos Lopes, ambos compositores editados pelo MIC.PT, fazem parte do primeiro CD do ensemble ars ad hoc, fundado em 2018 no seio da estrutura Arte no Tempo. Este novo álbum duplo, editado e lançado em novembro pela neper music, constitui um retrato da primeira fase do percurso do grupo e reúne obras de sete compositores, cruzando três grandes nomes da música contemporânea — Emmanuel Nunes, Gérard Grisey e Beat Furrer — com quatro jovens compositores portugueses, cujas obras foram estreadas pelo grupo: além de Mariana Vieira e Carlos Lopes, estes compositores são Pedro Berardinelli e João Moreira. O álbum reflete o compromisso do ars ad hoc com interpretações aprofundadas e com a criação de laços estreitos com compositores e compositoras, valorizando processos artísticos que transcendem estreia. Com programação de Diana Ferreira, o ars ad hoc é composto por Ricardo Carvalho (flauta), Horácio Ferreira (clarinete), Diogo Coelho e Matilde Loureiro (violinos), Ricardo Gaspar e Francisco Lourenço (violas), Gonçalo Lélis (violoncelo) e João Casimiro Almeida (piano).
|
| |
RIZOMA

logo · riZoma
riZoma · Plataforma de Intervenção e Investigação para a Criação Musical
riZoma é uma rede formada por um conjunto alargado de entidades portuguesas ativas ligadas à criação, à educação, à interpretação e à investigação, com larga experiência no contexto da música erudita contemporânea. A Plataforma riZoma foi criada para estabelecer o diálogo e a articulação entre as entidades que a constituem e para falar a uma só voz junto do público e das tutelas, dando protagonismo ao esforço perpetrado por muitos e criando uma força nova que assenta no valor inestimável que a música erudita contemporânea criada em Portugal tem para a identidade cultural do nosso país.
|
MÚSICA DE INVENÇÃO E PESQUISA
 Curto-Circuito 2025
· 05/12 · 1h00 · Antena 2 · Curto-Circuito (parte 2)
A propósito da realização do festival Curto-Circuito 2025 nos dias 5 e 6 de dezembro, no O’culto da Ajuda, em Lisboa, Pedro Boléo entrevista Carla Santana e Carlos Santos, participantes nesta série de concertos de música eletrónica live. O Curto-Circuito 2025 — Festival de Electrónica de Lisboa — propõe concertos com músicos portugueses e estrangeiros, celebrando a criação contemporânea através de duos com instrumentos e eletrónica em tempo real e obras acusmáticas difundidas pelos próprios compositores na emblemática Orquestra de Altifalantes da Miso Music Portugal. Neste programa falaremos com dois performers da noite de sábado, dia 6 de dezembro, que formam o duo Carla Santana & Carlos Santos, e que lançam ainda, nessa ocasião, o novo disco Audiotopia, editado pela Miso Records. Um programa que terá também a participação de Miguel Azguime, da Miso Music Portugal.
|
· 19/12 · 1h00 · Antena 2 · 40 anos da Miso Music Portugal
Um programa dedicado ao 40.º aniversário da Miso Music Portugal, com a presença dos seus fundadores, Miguel e Paula Azguime. Neste Música de Invenção e Pesquisa conversamos em torno do livro recém editado que marca quatro décadas de atividade do Miso Ensemble, que deu origem à Miso Music, uma associação empenhada no fomento à criação musical contemporânea de forma contínua e integrada e com uma perspetiva única em Portugal. Para além de falarmos do livro Sentem Sem Sons Cem Sons Sempre, uma obra que lembra muitas músicas, histórias, ideias, pessoas e projetos, ouviremos também música de diferentes fases do Miso Ensemble.
|
Novas Partituras no MIC.PT

imagem ilustrativa
A edição de partituras pelo MIC.PT visa divulgar partituras de obras de compositores residentes em Portugal, fomentando a sua escolha por parte de músicos e programadores, e o seu estudo no meio académico. Neste momento, o Catálogo do MIC.PT inclui 1195 partituras.
|
Carlos Lopes (CLop0002)
C_gull (2020) · quarteto de clarinetes
|
Sara Carvalho (SC0027)
inside silence (2012) · piano (preparado) e piano de brincar
|
novos CD no MIC.PT
· Obras de: Miguel Duarte Oliveira ( Fractal), Daniel Bernardes ( Quarteto de Marimbas n.º 1 ), José Alberto Gomes ( No Moon), Pedro Lima ( Fake Nature Makes Me Cry), Carlos Guedes ( Time Poem #1 e Time Poem #2) · Drumming GP.
|
estreias recentes
|
07/11, Cine-Teatro Avenida, Castelo Branco
Trio ARO: Diogo Cocharra (clarinete), Adriana Gonçalves (violoncelo) e Miguel Perdigão (piano)
|
|
08/ 11, Bochmann 75, O’culto da Ajuda, Lisboa
|
|
Daiana Maciel
Lino Silva
Renato Gonçalves
Yanis El-Masri
11/11, Festivais de Outono 2025, Universidade de Aveiro
Ensemble Momentum UA, Henrique Portovedo e Sara Carvalho (direção artística e curadoria)
|
Cantata para Dona Leonor>> ver obra
Sara Ross
13/11, 37.ª Temporada Música em São Roque, Lisboa
Coro ECCE, Paulo Lourenço (maestro), Rita Tavares (solista), José Pereira (violino), Nuno Rodrigues (violino), Joana Cipriano (viola), Nuno Abreu (violoncelo), Filipe Freitas (corne inglês), Maria Lourença (harpa) e Francisco Cipriano (percussão)
|
Le Tombeau d’Eurydice>> ver obra
14/11, Barok Kerk O.-L.-V. van de Potterie, Bruges, Bélgica
Gilu Trio: Maria Portela Larisch (soprano), Veronique De Raedemaeker (violino), Mathilde Wauters (harpa)
|
|
21/11, Auditório Liceu Camões, Lisboa
Luís Pacheco Cunha (violino), Taíssa Poliakova Cunha (piano)
|
|

O lançamento da nova compilação discográfica Obras Incompletas, uma edição da Miso Records em seis volumes, com 23 obras de Miguel Azguime (compositor editado pelo MIC.PT) para diversas formações — desde peças para instrumentos a solo até obras orquestrais, criadas entre 2001 e 2024 — terá lugar no próximo dia 16 de dezembro no São Luiz Teatro Municipal, em Lisboa. Nesta sessão de lançamento será interpretada a obra Constelações de Paula e Miguel Azguime, por Clara Saleiro (flauta) e Pedro Carneiro (marimba), e também serão apresentadas duas árias da ópera A Laugh to Cry, com a soprano Camila Mandillo e o pianista João Casimiro Almeida. Nesta ocasião, será ainda lançado o livro comemorativo dos 40 anos da Miso Music Portugal, intitulado Sentem Sem Som Cem Sons Sempre, que revisita o percurso da Miso Music desde 1985 até aos dias de hoje. Por fim, nos dias 19 e 20 de dezembro, a Orquestra Metropolitana de Lisboa, sob a direção de Pedro Neves, interpretará a obra Illuminations para orquestra, composta por Miguel Azguime em 2016. Os concertos terão lugar, respetivamente, no Auditório da Reitoria da Universidade NOVA de Lisboa (Campus de Campolide) e na Estação das Artes em Santa Clara/Sabóia.
|

O compositor Vítor Rua (editado pelo MIC.PT) apresenta, em dezembro, duas iniciativas em destaque na sua agenda. No dia 7, o O’culto da Ajuda, em Lisboa, acolhe a projeção de vídeo da ópera 16 Poemas Zen, com música, direção e conceção do próprio Vítor Rua. Escrita para soprano, violino, contrabaixo, guitarra, piano, flauta, clarinete, trombone e dispositivos audiovisuais, esta obra — em criação desde 1999 e estreada em 2023 — homenageia Herberto Helder, partindo da sua poesia e articulando-a com música, palavra, cena e vídeo. Depois, no dia 16 de dezembro, no Salão Nobre do Edifício dos Congregados da Universidade do Minho em Braga, o Coletivo Phoebus apresenta o concerto Os Nossos Anjos, no qual será estreada a nova obra de Vítor Rua, Quatro Mãos e Dois Pés Espelhados no Silêncio (2025), escrita para duas guitarras, kick drum e hi-hat. A composição é dedicada aos guitarristas e performers Luís Miguel Leite e José Teixeira, que irão realizar a primeira execução pública de Quatro Mãos e Dois Pés Espelhados no Silêncio. Refira-se ainda que esta obra integra um programa com peças de John Cage e Cornelius Cardew, bem como duas outras estreias, de Paul Beaudoin e David Teixeira da Silva.
|
NOVIDADES MIC.PT
Em novembro, o Espaço Crítica para a Nova Música publicou dois novos textos de Pedro Boléo: A vitalidade de Christopher Bochmann e Misericórdia para a música contemporânea. No primeiro texto, o autor aborda dois concertos que incluíram, nos respetivos programas, duas estreias de obras de Christopher Bochmann, compositor que este ano celebra o seu 75.º aniversário: um concerto da Orquestra Sinfónica Juvenil, sob a direção do próprio compositor, que decorreu no Teatro São Luiz, em Lisboa, no dia 23 de outubro; e um concerto do Grupo de Música Contemporânea de Lisboa, dirigido por Vasco Pearce de Azevedo, que teve lugar no O’culto da Ajuda, em Lisboa, no dia 8 de novembro. No segundo texto, Pedro Boléo debruça-se sobre o concerto de abertura da 37.ª Temporada Música em São Roque, no qual o Coro ECCE, sob a direção de Paulo Lourenço, estreou, no passado dia 13 de novembro na Igreja de São Roque, em Lisboa, duas novas composições: uma de Carlos Caires e outra de Sara Ross.
|
ATUALIDADE
No dia 16 de dezembro, no São Luiz Teatro Municipal, em Lisboa, será lançado o livro comemorativo dos 40 anos da Miso Music Portugal, intitulado Sentem Sem Som Cem Sons Sempre. A edição inclui textos e depoimentos de várias personalidades de diferentes áreas de atividade, nomeadamente dos próprios fundadores e diretores da Miso Music, Paula e Miguel Azguime. A publicação retrata a história da Miso Music no setor da música contemporânea em Portugal desde 1985. Mais do que um livro comemorativo, esta é uma iniciativa inspiradora que procura estabelecer uma ligação entre o passado, o presente e o futuro, destacando o impacto profundo e duradouro da atividade da Miso Music no universo da nova música, tanto a nível nacional como global. O programa do lançamento incluirá uma conversa com Teresa Albuquerque, Rui Vieira Nery, Paula Azguime e Miguel Azguime, moderada por Pedro Boléo, bem como um momento musical com Camila Mandillo (soprano), João Casimiro Almeida (piano), Clara Saleiro (flauta) e Pedro Carneiro (marimba), que interpretarão peças emblemáticas do Miso Ensemble do passado e do presente. Será também lançada, nesta ocasião, a compilação discográfica intitulada Obras Incompletas, uma edição da Miso Records em seis volumes que reúne 23 obras compostas por Miguel Azguime entre 2001 e 2024.
|
 Ana Luísa Amaral
O MPMP Património Musical Vivo promove a 7.ª edição do Prémio Musa, desafiando compositores e compositoras de todas as idades e nacionalidades a criarem obras para voz (aguda ou grave) e piano, inspiradas na poesia de Ana Luísa Amaral, uma das vozes mais luminosas e íntimas da literatura portuguesa contemporânea. As obras devem ser inéditas, ter uma duração máxima de 10 minutos e utilizar um texto baseado na poesia desta autora. Como já é habitual no Prémio Musa, os textos deverão incluir pelo menos um excerto em língua portuguesa, contribuindo assim para a sua preservação enquanto veículo de expressão artística. A obra vencedora será apresentada no festival Projeto:Canção, sendo o júri do prémio composto por Amílcar Vasques-Dias, Inés Badalo e Pedro Costa. O prazo final para o envio das candidaturas é 15 de fevereiro de 2026.
|
 Álvaro García de Zúñiga
A Fundação da Casa de Mateus, em colaboração com o Sond’Ar-te Electric Ensemble e a blablaLab Associação Cultural, promove a segunda edição do Concurso Internacional de Composição de Lied Álvaro García de Zúñiga — Casa de Mateus — Sond’Ar-te. Incentivando a escrita de Lied, este concurso visa estimular a criação, interpretação e divulgação de novas obras musicais que combinam a voz com instrumentos e com a possibilidade de inclusão de meios eletroacústicos. As candidaturas estão abertas a compositores de todas as nacionalidades, que podem submeter até duas composições inéditas, não estreadas, não publicadas comercialmente, nem premiadas em outros concursos. As obras devem ter uma duração entre 7 e 15 minutos e ser escritas para duo. A escolha dos textos para as composições deverá incidir na obra de Álvaro García de Zúñiga, cujos textos propostos podem ser consultados nos sítios das entidades parceiras. O prazo para submissão das candidaturas é 31 de dezembro de 2025.
|
Solange Azevedo selecionada na Chamada Ibérica para Compositoras — Música Viva 2026 Solange Azevedo é a compositora selecionada no âmbito da Chamada Ibérica para Compositoras — Música Viva 2026. Neste sentido, a Miso Music Portugal encomenda-lhe uma nova obra para flauta, soprano, contralto e percussão, a ser interpretada pelo grupo de percussão da OCP — Orquesta de Câmara Portuguesa, sob a direção de Pedro Carneiro. A estreia está marcada para o próximo dia 30 de abril, no São Luiz Teatro Municipal, em Lisboa, no âmbito do Festival Música Viva 2026. Natural da Póvoa do Varzim, Solange Azevedo prosseguiu a sua formação musical no Porto. A jovem compositora e artista multidisciplinar já viu as suas obras serem interpretadas por diversos agrupamentos, nomeadamente a Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música, a Orquestra Gulbenkian, o Remix Ensemble Casa da Música, os Neue Vocalsolisten Stuttgart, o Ensemble MPMP e o Síntese – GMC. Solange Azevedo foi também Jovem Compositora em Residência na Casa da Música em 2022. O seu trabalho destaca-se pela constante procura de interligar as diferentes artes, cruzando a música com a pintura, o cinema ou a literatura.
|
A Miso Music Portugal e o MIC.PT juntam-se ao luto após o desaparecimento de Sei Miguel (1961–2025), compositor e trompetista, figura incontornável da música improvisada e do jazz em Portugal. Sei Miguel viveu em França, onde nasceu, em Paris, e no Brasil, antes de se fixar em Portugal na década de 80, altura em que assumiu um papel de referência na construção da cultura alternativa em Lisboa. A revista The Wire chegou a descrevê-lo como «o segredo mais bem guardado da música portuguesa». Sei Miguel colaborou com outras figuras de relevo dos universos do jazz e da música experimental. Da sua discografia, destacam-se álbuns como Ra Clock, Turbina Anthem, em colaboração com Pedro Gomes, (Five) Stories Untold, com a participação de Fala Mariam, Moz Carrapa, Hernâni Faustino e Rodrigo Amado, e O Carro de Fogo de Sei Miguel. No ano passado, lançou o seu último álbum, Panorama, gravado com Fala Mariam e Daniel Levin. Sei Miguel foi também autor e entusiasta de banda desenhada, tendo o prazer de desenhar antecedido o seu gosto pela música. Entre os vários concertos que Sei Miguel deu em Portugal e no estrangeiro, apresentou-se também algumas vezes no O’culto da Ajuda, em Lisboa (espaço da Miso Music Portugal): em 2022, com o projeto Carro de Fogo de Sei Miguel, e em 2023, em duo com o violoncelista Daniel Levin.
|
Entrevistas MIC.PT
Presentemente o Canal YouTube do MIC.PT contém vídeos com 36 novas entrevistas a compositoras e compositores residentes em Portugal realizadas desde 2019, assim como oito entrevistas do Arquivo do MIC.PT realizadas entre 2003 e 2005.
Conduzidas por Pedro Boléo, filmadas no O'culto da Ajuda em Lisboa e realizadas no contexto do ciclo Na 1.ª Pessoa das emissões radiofónicas Música Hoje e Música de Invenção e Pesquisa (produzidas pelo MIC.PT e pela Miso Music Portugal para a Antena 2), estas novas entrevistas constituem uma (re)visita ao universo criativo dos vários compositores e compositoras editados pelo MIC.PT, dando seguimento às entrevistas históricas realizadas pelo MIC.PT há 20 anos e que agora constituem registos únicos da evolução da linguagem de cada um dos artistas entrevistados.
Para aceder às entrevistas sigam as ligações em baixo e/ ou visitem o Canal YouTube do MIC.PT.
|
|
 |
|