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Cónego e compositor bracarense nascido em 1916, Manuel Faria iniciou os estudos musicais no seu tempo de seminarista. Assimilou, desde cedo, modelos alternativos aos cânones de harmonia e composição e exibiu com êxito, nos meios académico-musicais religiosos, composições de sua autoria consideradas extemporâneas para a época.
Em 1939, a arquidiocese de Braga apoiou o jovem seminarista, enviando-o para o Pontificio Istituto di Musica Sacra, em Roma. Depois da Segunda Guerra Mundial, conseguiu concluir a sua formação em órgão, canto gregoriano e composição sacra como bolseiro do Instituto de Alta Cultura. O Seminário de Braga aguardava o regresso do compositor presbítero para desempenhar as funções de professor de música. Contudo, ainda em 1945, Manuel Faria deu a conhecer obras de sua autoria interpretadas pelo Coro da Rádio Roma, num concerto que obteve bastante reconhecimento por parte da imprensa musical italiana.
A enorme apetência para o conhecimento de novas experiências e a sua passagem por Paris, no regresso a Portugal, tornaram-no admirador dos compositores franceses de meados do Século XX.
Manuel Faria soube incutir um espírito de renovação nos meios paroquiais do norte do país, já que a música, tal como afirmava, “antes de ser litúrgica tem que ser música”. Assim, ensaiou canto gregoriano na Sé de Braga e foi dinamizador de coros litúrgicos sem nunca ter descurado a faceta de compositor, tanto para música sacra como para música de câmara. Em 1949, o autor dos “cânticos litúrgicos” preparou no Palácio de Cristal, no Porto, um concerto por si dirigido, inteiramente dedicado à apresentação das suas obras, desde motetes “em estilo moderno” até às obras consagradas a coro e orquestra de câmara.
A sua música foi conhecida na Áustria, país onde esteve durante algum tempo, tendo sido gravada pela rádio de Viena, em 1956, a Missa em Honra de Nossa Senhora de Fátima. Também o maestro Frederico de Freitas levou a sua música sinfónica para Baía e Recife, no Brasil.
Em 1961, Manuel Faria tornou-se bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, estabelecendo-se novamente em Itália para aprofundar estudos na área da Composição e proceder à divulgação da sua obra.
Manuel Faria foi o responsável pela criação da Semana de Música Sacra em Braga e da Nova Revista de Música Sacra. Em 1972, recebeu o 1º Prémio do Concurso Nacional de Carlos Seixas.
No que diz respeito à música de cariz profano, saliente-se as obras compostas sobre poesia de Antero de Quental e de Fernando Pessoa. Manuel Faria escreveu ainda uma ópera em dois actos, nunca estreada, na ocasião do 9º Centenário da Conquista de Coimbra aos Mouros.
Em 1983, foi agraciado com o grau de Comendador de Santiago de Espada.
Ana Cristina Brissos
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Biografia
Cónego e compositor bracarense nascido em 1916, Manuel Faria iniciou os estudos musicais no seu tempo de seminarista. Assimilou, desde cedo, modelos alternativos aos cânones de harmonia e composição e exibiu com êxito, nos meios académico-musicais religiosos, composições de sua autoria consideradas extemporâneas para a época.
Em 1939, a arquidiocese de Braga apoiou o jovem seminarista, enviando-o para o Pontificio Istituto di Musica Sacra, em Roma. Depois da Segunda Guerra Mundial, conseguiu concluir a sua formação em órgão, canto gregoriano e composição sacra como bolseiro do Instituto de Alta Cultura. O Seminário de Braga aguardava o regresso do compositor presbítero para desempenhar as funções de professor de música. Contudo, ainda em 1945, Manuel Faria deu a conhecer obras de sua autoria interpretadas pelo Coro da Rádio Roma, num concerto que obteve bastante reconhecimento por parte da imprensa musical italiana.
A enorme apetência para o conhecimento de novas experiências e a sua passagem por Paris, no regresso a Portugal, tornaram-no admirador dos compositores franceses de meados do Século XX.
Manuel Faria soube incutir um espírito de renovação nos meios paroquiais do norte do país, já que a música, tal como afirmava, “antes de ser litúrgica tem que ser música”. Assim, ensaiou canto gregoriano na Sé de Braga e foi dinamizador de coros litúrgicos sem nunca ter descurado a faceta de compositor, tanto para música sacra como para música de câmara. Em 1949, o autor dos “cânticos litúrgicos” preparou no Palácio de Cristal, no Porto, um concerto por si dirigido, inteiramente dedicado à apresentação das suas obras, desde motetes “em estilo moderno” até às obras consagradas a coro e orquestra de câmara.
A sua música foi conhecida na Áustria, país onde esteve durante algum tempo, tendo sido gravada pela rádio de Viena, em 1956, a Missa em Honra de Nossa Senhora de Fátima. Também o maestro Frederico de Freitas levou a sua música sinfónica para Baía e Recife, no Brasil.
Em 1961, Manuel Faria tornou-se bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, estabelecendo-se novamente em Itália para aprofundar estudos na área da Composição e proceder à divulgação da sua obra.
Manuel Faria foi o responsável pela criação da Semana de Música Sacra em Braga e da Nova Revista de Música Sacra. Em 1972, recebeu o 1º Prémio do Concurso Nacional de Carlos Seixas.
No que diz respeito à música de cariz profano, saliente-se as obras compostas sobre poesia de Antero de Quental e de Fernando Pessoa. Manuel Faria escreveu ainda uma ópera em dois actos, nunca estreada, na ocasião do 9º Centenário da Conquista de Coimbra aos Mouros.
Em 1983, foi agraciado com o grau de Comendador de Santiago de Espada.
Ana Cristina Brissos
Encomendas
Auto da Fundação e Conquista de Coimbra |
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Câmara Municipal de Coimbra |
URL |
Coimbra |
Portugal |
Observações
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http://www.cm-coimbra.pt/
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Encomenda para os Festejos do IX Centenário da Conquista de Coimbra aos Mouros
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Encomenda para os Festejos do IX Centenário da Conquista de Coimbra aos Mouros |
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Prémios
Circulação
Amaremos |
Estreia |
1974 |
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Coimbra |
Portugal |
Coro D. Pedro de Cristo |
Observações |
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Ditirambo a Frederico de Freitas |
Estreia |
1973/Dec/15 |
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Teatro Tivoli |
Lisboa |
Portugal |
Orquestra Sinfónica Nacional
Frederico de Freitas (direçcão) |
Observações |
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Amavit Eum |
Estreia |
1966 |
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Portugal |
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Observações |
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Outras Actividades
Bolsas, Residências e Financiamentos
Documentos
Formação
Identificação
Nome Artístico: Manuel Faria
Nascimento: 1916/Nov/18, S. Miguel de Seide (Vila Nova de Famalicão)
Falecimento: 1983/Jul/05, Porto
Nacionalidade: Portuguesa
Sexo: Masculino
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