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O'culto da Ajuda • art music centre • because sound matter • April 2018


Duos e Trios

5, 6 e 7 de Abril 2018 às 21h30


João Paulo Esteves da Silva Trio

5 de Abril de 2018 às 21h30

João Paulo Esteves da Silva, Mário Franco e Samuel Rohrer combinam todas as qualidades que costumam garantir o êxito deste tipo de formação jazzística com um pé na música de câmara: um entendimento intuitivo, interacção fluida e transparente, assim como cultura e nobreza musical. Um trio cuja procura se desenvolve na abertura à improvisação, transformando aquilo que encontra pelo caminho em imagens sonoras concisas que, apesar de toda a liberdade quanto ao processo criativo adoptado, preservam rigor e concentração.

A música do pianista João Paulo Esteves da Silva é moldada pelos mundos do jazz, da canção, da música clássica e da música tradicional. A profundidade de expressão assume para ele maior importância do que o virtuosismo. A sua discografia vai de registos a solo a trabalho com big band. Também poeta e tradutor, tem publicado regularmente os seus livros de poesia e composto música em diálogo com outras artes, como fotografia e cinema.

Neste contexto, Mário Franco é também a escolha ideal para esta formação. Como músico ligado ao repertório clássico, o seu som quente e suave é muitíssimo requisitado, o que leva a que colabore com músicos de jazz bem conhecidos. Apresenta-se também como bailarino e compõem música para ballet, teatro e cinema.

Tocando noutros trios, Samuel Rohrer é um dos improvisadores mais influentes da sua geração, possuindo a experiência indicada para esta interacção intuitiva com o contrabaixo e o piano. Prova, mais uma vez, ser um ouvinte sensível que, intervindo activamente, contribui para o fluxo de ideias.

Esta não é uma enésima variante na pletora de trios de piano. Deixa, isso sim, o idioma do jazz aventurar-se noutros territórios – bem acordado e perdido em sonhos, tal como o atesta o seu amplamente elogiado registo de estreia, Brightbird (Arjunamusic Records, 2017).





Duo • Carlos Zíngaro e Luís Lopes

6 de Abril de 2018 às 21h30

Não há combinação mais elementar do que aquela que se faça entre um violino e uma guitarra, se bem que a história (designadamente a história da música dita clássica) tenha imposto como modelo a associação entre um violino e um piano. A reforçada elementaridade vem do facto de se juntarem dois instrumentos de cordas com abordagens específicas, um melódico, regra geral tocado com arco, o outro harmónico, dedilhado ou tocado com uma palheta. Nas mãos, respectivamente, de Carlos “Zíngaro” e Luís Lopes, nenhuma vulgata é, no entanto, proporcionada por esse formato. Pode ser que o ponto de partida das suas interacções se faça sobre o que está musicalmente estabelecido, mas estes dois improvisadores natos não são conhecidos por se adequarem ao confinamento de quaisquer funções instrumentais pré-estabelecidas, ou o tipo de metodologia criativa a que se propõem com este inédito duo não seria o da improvisação – prática que não tem de ser necessariamente experimental, como de resto Derek Bailey salientou, mas que tem sempre como horizonte uma qualquer exploração de possibilidades, indo do espectro tímbrico em causa a mais complexas formulações de linguagem, seja no âmbito das gramáticas utilizadas como no dos vocabulários. Conhecendo as personalidades musicais dos dois intervenientes, será de esperar que se confundam no que resultar tanto reminiscências da música de câmara e de umas quantas tradições populares do mundo quanto sobrevivências idiomáticas dos blues, do rock e do jazz, em meio a mais imediatistas investigações do ruído e da textura com recurso a preparações por meio de objectos vários, técnicas extensivas, pedais de efeitos e processamentos em tempo real. Espera-se uma viagem com o que se conhece como ponto de partida, mas rumo ao desconhecido. O modo como tal acontecerá só no próprio momento ficará a claro, pois trata-se de música sem manual de instruções.

Rui Eduardo Paes





Peeled Sounds for Naked Ears • André Hencleeday e Carlos Santos

7 de Abril de 2018 às 21h30

Numa noite muito especial, inteiramente dedicada ao acto da escuta, André Heencleday e Carlos Santos apresentam cada um, numa primeira parte, uma peça acúsmatica com difusão multicanal, onde colocam em evidência a arte de escuta activa, propondo materiais sonoros despidos das elaborações da linguagem musical característica nestas temáticas, focando o trabalho em regras simples de construção e organização do discurso.

Na segunda parte, apresentação de uma peça conjunta, com o recurso a instrumentos e objectos sonoros, manipulados de forma pouco convencional, acentuando uma depuração do espectro sonoro, mas procurando complexidade na forma como elaboram o discurso musical ou a sua escuta. Música atenta e frágil. Um convite aos ouvidos, no O'culto da Ajuda.






Assistive Listening

Sistema de audição assistida no O'culto da Ajuda

A partir de Janeiro de 2018, toda a programação do O'culto da Ajuda beneficiará do sistema de audição assistida (assistive listening), para o público com necessidades auditivas especiais.