BRANCO Luís de Freitas (1890 - 1955)  
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Luís Maria da Costa de Freitas Branco nasceu em Lisboa a 12 de Outubro de 1890, no seio de uma família da alta aristocracia portuguesa que desde sempre valorizou a sua formação intelectual e cultural, tanto no domínio da música como no da literatura e das línguas estrangeiras; neste aspecto, a influência do seu tio João de Freitas Branco, dramaturgo, é de importância capital. Freitas Branco aprendeu as bases do solfejo com uma preceptora irlandesa que se encontrava ao serviço da família. A sua formação musical prosseguiu com mestres como Augusto Machado (Harmonia), Tomás Borba (Contraponto), Andrès Goñi (Violino), Timóteo da Silveira (Piano) e Luigi Mancinelli (Instrumentação). Em 1908-1909, a frutífera relação mestre-aluno que existiu entre ele e o compositor belga Désiré Pâque constituiu uma das mais marcantes influências musicais na sua formação. Defensor fervente de uma certa “liberdade composicional” que o levou a ousadas experiências no domínio da atonalidade, Pâque residia então em Lisboa, e Freitas Branco tê-lo-á conhecido por intermédio de seu tio João. É com este último que, no início de Fevereiro de 1910, Freitas Branco parte para Berlim. Aí é apresentado a Humperdinck, de quem receberá lições de composição durante cerca de dois meses, mas virá a deixá-lo por julgar os seus ensinamentos demasiado conservadores; volta então a estudar com Désiré Pâque, que reside na capital alemã. Freitas Branco compõe intensamente e frequenta teatros, concertos, ópera e exposições; relaciona-se com várias personalidades, incluindo Viana da Mota e Francisco de Andrade, mas não deixa por isso de se sentir profundamente nostálgico e ansioso pelo regresso a Lisboa, que terá lugar durante o mês de Junho de 1910, já depois da morte do tio. Em Maio de 1911, empreende nova viagem de estudos, desta vez a Paris, onde terá conhecido Debussy e recebido lições de “estética e formas impressionistas” do pianista, compositor e maestro francês Gabriel Grovlez. Este último escreve na revista “Musica” (Junho, 1913): “Les Mirages de Luís de Freites-Branco [sic] séduiront tous les artistes par leur modernisme exacerbé.” Depois de uma estadia na Madeira, Freitas Branco regressa a Lisboa e começa uma longa actividade de crítico musical. Já em 1915, assume funções de professor na Escola Académica e liga-se ao grupo do Integralismo Lusitano, que representam Hipólito Raposo e António Sardinha, entre outros. Em 1916 é nomeado professor no Conservatório de Lisboa e inicia um período de intensa actividade docente; dois anos mais tarde integra a comissão de reforma dessa mesma instituição, e em 1919 assume funções de subdirector (até 1924), em colaboração com Viana da Mota. O seu interesse pela Musicologia é constante. Em 1921, participa no Congresso de História da Arte em Paris, onde apresenta uma comunicação subordinada ao tema: “Os contrapontistas da escola de Évora.” Em 1925, Freitas Branco torna-se director artístico do Teatro de S. Carlos, cargo que assumirá até 1927. Em 1929, funda a revista “Arte Musical”, que dirigirá durante 20 anos. A partir do ano seguinte exerce altos cargos no domínio da Cultura e passa a leccionar composição no Conservatório Nacional, funções de que será progressivamente afastado a partir de 1939, por razões políticas (só a sua importante colaboração com a Emissora Nacional se manterá até 1951). Publica numerosas obras literárias e musicais até ao final da sua vida, em 1955, orientando-se cada vez mais para uma estética neo-clássica. A sua intensa colaboração com a Universidade Popular dirigida por Bento de Jesus Caraça ilustra bem o seu percurso ideológico, cada vez mais à esquerda e em oposição clara ao regime vigente. Luís de Freitas Branco exerce uma influência notável sobre a nova geração de compositores, nomeadamente Joly Braga Santos e Fernando Lopes-Graça. Ana Telles
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