Lubramix era originalmente um concerto produzido por mim e pelo guitarrista Paulo Amorim, agrupando músicos excelentes em torno de obras de compositores contemporâneos brasileiros e portugueses. Os intérpretes aderentes eram Joana Amorim, Traverso, João Coutinho, Flauta em Sol; Luís Gomes, clarinete em lá e clarinete baixo; Andrea Marques, Harpa – os cantores estavam ainda sendo contactados. A obra Lubramix I, era a peça em estreia, que adiei por não aceitar que os meus colegas tocassem sem receber cachet, apesar da sua generosa insistência em fazer o concerto assim mesmo. Sendo professor e músico, a vida não me permitiu refazer esta produção – embora ainda acredite nessa minha obra e tenha esperança de a ouvir em concerto.
Eli Camargo Jr.
Andamentos / Partes
1. A Carta
2. Moraséia
3. Oração e Glossário
4. MMS: _úsica _uito _imples
5. Intermezzo
6. Adagietto
7. Arietta: galope
8. Tecendo a manhã
Instrumentação Detalhada
Categoria Musical Solista(s) e Orq./Ens. e/ou Coro/Conjunto Vocal
Instrumentação Sintética septeto
Notas Sobre a Obra
Esta obra volta-se sobre o conceito de nacionalidade, especialmente sobre aquilo que já se misturou de tal maneira que não considero como luso brasileiro, mas como ‘Lubra’ – uma espécie de terceira condição com identidade própria. A textura da obra inclui sons antigos (como no uso do traverso), textos em canto/ falado, trechos em Tupy guarani e referencias à minha forma de ver o Descobrimento, o primeiro contacto entre os indígenas brasileiros e os portugueses. Há também referencias ao humor ‘lubra’ e formas concretas de elaborar textos e sonoridades musicais que me parecem muito próprias do nosso idioma. É uma obra intensa, com algumas decisões estéticas importantes, que considero um assumir da minha identidade de compositor a par do meu perfil emocional.