Jovem compositor que em abril completou 30 anos, sendo uma das vozes mais ativas no contexto da música contemporânea em Portugal - Pedro Lima está Em Foco no MIC.PT em setembro.
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Integra música de John Cage, Erik Satie, Charles Ives, António de Sousa Dias, Jorge Peixinho e Kurt Schwitters
Instrumentação Detalhada
Categoria Musical Teatro Musical
Instrumentação Sintética Ensemble Instrumental e Bailarino
Estreia
Data 1988/May/11
Intérpretes
Jorge Peixinho
ColecViva:
Olga Prats (piano), Luís Madureira (voz), João Natividade (bailarino), Carlos Martins (saxofone), Pedro Wallenstein (contrabaixo), Constança Capdeville (piano, percussão), António de Sousa Dias (percussão)
Entidade/Evento 12ºs Encontros Gulbenkian de Música Contemporânea - "Comemoração do Não-Centenário de John Cage"
Local IFICT - Instituto de Formação e Criação Teatral
Localidade Lisboa
País Portugal
Observações
Manuel Cintra (direcção de cena)
Notas Sobre a Obra
Em 1987 John Cage festejava o se 75.º aniversário. Tratando-se, como é o caso, de um dos maiores e mais revolucionários inovadores do conceito "tempo", nada mais natural que a comemoração deste mesmo aniversário possa surgir um ano depois, e que o nosso primeiro ponto de partida seja, precisamente, o da mais completa adesão ao conceito cagiano: "o tempo pode ser reduzido a uma dimensão sem medida; é um bem sem limites".
The Cage é mais um exemplo do que tem sido um dos princípios do Colecviva perante a música: o de permitir que a arte dos sons se manifeste sem barreiras, "deambulando em harmonioso diálogo com todas as artes". Tal como afirma o próprio Cage, "um ouvido só não é um ente completo...". Na obra do compositor a música enche-se de gestos, de acção, de teatro. "A música é uma das partes desse teatro".
Simultaneidade de acontecimentos ("proliferação de espaços, libertação polifónica"), ausência de centro ("não existe um centro, a vida é um circo, pluralidade de centros"), são duas das preocupações criativas de Cage, foram dois dos pontos de partida para a elaboração de The Cage.
Uma obra (ou um espectáculo, neste caso) põe em jogo, segundo Cage, dois elementos: "o material (sons e silêncios) e o método (o controle de continuidade deste mesmo material)".
Na escolha do material para The Cage, uma atitude de base, uma regra de jogo autoproposta esteve presente: todo e qualquer acontecimento, toda e qualquer situação, plástica ou visual, musical ou sonora, coreográfica, ou, simplesmente, géstica, teria sempre como ponto de partida ou um "objecto" de Cage ou seria pretexto de presença de alguns dos grandes chefes de fila que encontramos ao seu lado, partilhando das suas inquietações inovadoras, colaborando directamente com ele, ou, ainda, fazendo parte "da sua devoção" (e aqui, invocamos, obviamente, o nome de Satie): Marcel Duchamp, James Joyce, Thoreau, Rauschenberg, Artaud, ou, mesmo, Schwitters, os dadaístas com os seus "objets trouvés", e, como não podia deixar de ser, Merce Cunningham. Mesmo nas obras expressamente criadas para este espectáculo, da autoria de Jorge Peixinho, Constança Capdeville e António de Sousa Dias, é bem patente a presença dos mencionados "objectos" ou pretextos impulsionadores.
No método, ou controle de continuidade do material escolhido, foi consultado o "I Ching" com o fim de responder às seguintes questões, em relação a decidir:
1. Quantas obras da autoria de Cage deveriam ser apresentadas integralmente e qual o momento em que deveriam aparecer.
2. Quais os fragmentos da obra de Cage a introduzir, qual a sua duração e altura de intervenção.
3. Quais as obras a serem ouvidas simultaneamente e quais as obras, ou fragmentos de obras, a serem tocadas isoladamente.
4. Em que altura e em que situação deveriam aparecer as obras de outros autores.
Aprofundar mais, avançar com mais pormenores em relação a uma manifestação que pretende servir alguns dos pontos de partida da filosofia criativa de Cage seria uma traição a estes mesmos pontos de partida. A descoberta do "para além de" a partir das pistas dadas sobre a forma como The Cage foi imaginado e construído será da responsabilidade de quem vê e de quem ouve. Para estes, uma última pista, uma pista Zen.
"Tu, que procuras a iluminação, e que perguntas ao mestre onde está a casa do tesouro, porque buscas cá fora? O que perguntas é a tua casa do tesouro; abre-a e utiliza esse tesouro."
Constança Capdeville
Circulação
Obra
Tipo
Data
Entidade/Evento
Local
Localidade
País
Intérpretes
Observações
Inv Row
The Cage
Estreia
1988/May/11
12ºs Encontros Gulbenkian de Música Contemporânea - "Comemoração do Não-Centenário de John Cage"
IFICT - Instituto de Formação e Criação Teatral
Lisboa
Portugal
Jorge Peixinho
ColecViva:
Olga Prats (piano), Luís Madureira (voz), João Natividade (bailarino), Carlos Martins (saxofone), Pedro Wallenstein (contrabaixo), Constança Capdeville (piano, percussão), António de Sousa Dias (percussão)