Título Still Alive in Bairro Alto
Tipo de Registo Áudio Música
Tipo de Suporte CD
Número de Pistas 1
Data 2000
Intérpretes da Gravação Sei Miguel (trompete e direcção), Fala Mariam (trombone), Manuel Mota (1ª guitarra), Tiago Brandão (guitarra), Margarida Garcia (twin), Monsieur Trinité (percussão), César Burago (percussão)
Observações
Produzido por Sei Miguel
Sei Miguel e o seu trompete de bolso navegam num oceano de ondas revoltas. O ex-Moeda Noise, colaborador dos No Noise Reduction e autor a solo de albums como “Breaker”, “Songs Against Love and Terrorism”, “The blue Record”, “The Portuguese Man of War”, “Showtime” e “Token”, reteve do jazz o parâmetro existencial e da música contemporânea a inteligência e a disciplina. Não é um improvisador dos instantes irrepetíveis, mas um construtor de mundos instáveis. Executante possuído por um fogo gelado é impossível não descortinar na sua aproximação ao silêncio e no fraseado de recorte rápido e fragmentário a sombra de Miles Davis. Vanguarda é, no seu caso, algo que passa pela recusa e pelo desejo de instauração de uma nova ordem, capaz de a cada momento se desmoronar para dar lugar a novas situações de susto e precariedade. Equilibrista, torturado e sistemático, é talvez o músico português que melhor soube interiorizar a essência do paradoxo.
Fernando Magalhães, Público, 2002
Fruto de una actuación grabada en el teatro del Bairro Alto de Lisboa, este disco ha sido una auténtica sorpresa, incluso para los que seguimos la trayectoria del trompetista desde finales de los años 80, en que grabara Breaker para la independiente Ama Romanta. Hace ahora dos años, nos dejó boquiabiertos con su obra Token (AnAnAnA), en la que el minimalismo y la música experimental se fusionabam. Provisto de su inseparable trompeta de bolso, Sei Miguel adopta en el escenario una postura solística, que tomando como linea conductora el be-bop de un Miles Davis, se adentra en vericuetos de un jazz que se va desgranado en una música desenfrenada, con los intérpretes tocando en intervalos solísticos y colectivos. Todo ello aderezado por un ritmo que es llevado por las guitarras, el bajo y las percusiones, sin olvidarme de las funciones del trombón de Fala Mariam, respaldando a la trompeta. Es admirable comprobar el grado de compenetración con el que tocan los músicos, conocedores en todo momento de las líneas a seguir, yendo de la composición a la improvisación, dejando constancia de una intuición instantánea efectiva que resuelve los parámetros del espacio donde se desarrolla la actuación.
Sei Miguel es, ante todo, un artista que ha aprendido sobre el escenario, lugar donde realmente debe ser apreciado este arte que se desarrolla en el mismo instante de la acción. (...). Jazz puro que nace en los barrios y que se adentra en la urbe. Tan genuino como un buen vino. Chapeau.
Rogelio Pereira, Oro Molido, 2003
Amado por poucos, ignorado e desprezado pelos outros, Sei Miguel is “Still Alive”. Aqueles que têm por hábito desconfiar da música menos convencional feita em Portugal, têm aqui uma oportunidade excepcional para converter opiniões. Gravadoa 3 de Julho de 2000, “Still Alive in Bairro Alto” é o testemunho de mais uma distinta performance, a que Sei Miguel e os seus pares nos têm felizmente acostumado.
Convertido em CD sob a etiqueta Headlights e chegado recentemente às nossas mãos, foi com enorme prazer que me deixei envolver por “Favourite Places in Time…”, tema único do disco, dispondo de quarenta e dois minutos de optima improvisação.
Aceitando o convite inicial proposto pelo “Twin” (instrumento de duas cordas gémeas, construído sob tutela de Sei Miguel), e tocado por Margarida Garcia, Sei Miguel usa o trompete para dar corpo a uma hábil e astuta aparição, criando a ponte atmosférica ideal para as precisas investidas dos restantes seis instrumentistas. Para que consiga manter um fio condutor diáfano, Sei Miguel conta com a preciosa colaboração de Tiago Brandão numa das guitarras, Monsieur Trinité e César Burago, ambos dedicados aos trabalhos de percussão, do guitarrista Manuel Mota, cuja sonoridade própria é cada vez mais evidente, e da (habitual) excelente prestação de Fala Mariam no trombone; sendo estes dois últimos o sustentáculo do êxito deste trabalho, que é um testemunho da sobrevivência criativa feita em Portugal.
Carlos Lourenço, All Jazz, 2002
Nello sfogliare il libretto dell'ultimo lavoro del portoghese Sei Miguel si vedono tutti gli artisti che lo accompagnano fotografati con gli strumenti in mano e maliziosamente mascherati da gatti. Infatti sarà proprio una certa anima felina e anarchica a scorrere per tutti i quaranti minuti di ‘StillaliveinBairroalto’. Miguel insieme a tutto l'ensemble (vediamo comparire anche la figura di Mota) conferma ancora una volta il Portogallo come uno dei posti in cui attualmente si avverte maggiore senso ispirativo e originalità. Il live in questione vede il trombettista vestire anche il ruolo di conduttore, concedendoci una suite totalmente estemporanea in cui confluiscono diversi generei musicali. Minimalismo ( il Twin di Margarida Garcia), improvvisazione ( i suoni mai troppo ostici delle chitarre di Mota e Tiago Brandao), la tradizione romantica e malinconica di quei posti. Ma senza dubbi sarà la tromba profondamente jazz di Sei a echeggiare e predominare costantemente su tuttti gli altri. Tromba che se spogliata mostrerà tutto il suo attacamento e fascino per le atmosfere davisiane di ‘In a Silent Way’ o ‘Get Up With It’, distaccandosi solo a tratti per diventare frastagliata e sottilmente 'cattiva'. Ma solo per poco tempo.
Sergio Eletto, Kathodik, 2002
O título deste novo disco do trompetista português “de jazz”, como ele insiste em apresentar-se, é uma “boutade”, aludindo ao constante alheamento que lhe têm votado a indústria do disco (não por acaso, esta edição sai na etiqueta de um músico, Manuel Mota, de resto um dos participantes), as produtoras de concertos, as instituições culturais e até a imprensa. A única peça que integra o CD (“Favourite Places in Time”), gravada ao vivo no Teatro do Bairro Alto há um par de anos, já não repete essa jovialidade, continuando o enfoque de sempre da música de sei Miguel. Descrevê-la não é fácil, na medida em que características tipo do jazz de vanguarda (e não só, é clara a influéncia recebida do bebop) sáo articuladas com uma sólida estruturação por ciclos, devedora do minimalismo. Não se trata, porem, de fusão, e o próprio jazz é aqui mais uma “representação” do que uma linha estilística adoptada, pouco lugar havendo para a improvisação. Para além do líder, que aqui reencontramos em pleno, destaque para Mota, um guitarrista que cada vez mais nos surpreende (...)
Rui Eduardo Paes, JL, 2002
Grabado en directo y bajo la dirección del trompetista Sei Miguel en una nueva muestra del sello Headlights de que algunas de las mejores muestras de jazz o más bien de música improvisada provienen de pequeños sellos, pequeñas multinacionales del disco que gracias al esfuerzo de sus gestores (en la mayoría de los casos músicos -en este caso es el guitarrista Manuel Mota, también presente en la grabación- o "locos" enamorados de la música) va mostrando y abriendo los nuevos caminos por los que la música puede y debe transitar.
En la presente grabación estos músicos provienen de Portugal y dan una buena muestra del equilibrio entre improvisación y composición. Un equilibrio que permite una obra dinámica, abierta a la creatividad de los músicos. En cuanto a su contenido, comparaciones y demás, simplemente señalar un par de factores. Por una parte la larga duración (una sola pieza a lo largo de 42 minutos) alejará "per se" a algunos de los posibles oyentes. Una vez superada esta primera dificultad no queda al escuchante más que disfrutar de la calidad musical y de las improvisaciones, sus detalles y una obra muy interesante y digna de todo elogio.
José Francisco Tapiz, Tomajazz, 2002
Sei Miguel é, apesar de pouco divulgado, uma figura com uma carreira longa e de quase 20 anos, primeiro com os Moeda Noise e posteriormente em inúmeros projectos onde foi sempre figura de proa. Colaboração longa é a que mantém com a trombonista Fala Mariam, sua companheira de sempre, e com o guitarrista Manuel Mota- esta mais recente mas reveladora de uma continuidade de intenções. A música de Still Alive in Bairro Alto é mais um passo na caminhada “quase” solitária do trompetista, sem dúvida uma figura ímpar no panorama da música improvisada nacional. Feita de rasgos e radicalismos, a música de Sei Miguel é pouco dada a facilidades. Quem o conhece já sabe com o que conta.
Jorge Pinho, A Capital, 2002
Acesso