Duração total: ca. de 6 horas, ao longo de dois dias.
Para além de trechos improvisados e outros pré compostos por Eli Jr., foram remixados trechos de Girolamo Frescobaldi, Heinrich Schütz, Heitor Villa Lobos, Ian Freidlin, Michel Pritchards, Chauson e Fukushima.
Foi concebida e produzida por Eli Camargo Jr para as suas classes de Música de Câmara na Escola de Música do Conservatório Nacional, como uma mega-partitura que inclui: a participação dos músicos em interacção com os visitantes do monumento, a sonorização expressiva do edifício num concerto em formato não convencional, a criação de uma obra multimédia na vertente música/arquitectura. A composição incluiu um estudo acústico prévio, feito ao longo de semanas de visitas presenciais e análise das plantas do edifício postas à disposição do compositor pela Direcção do monumento.
A Directora do Mosteiro dos Jerónimos, Dra. Isabel Cruz Almeida, acreditando no projecto apresentou-o para concorrer a financiamento, por ocasião das
Jornadas Europeias do Património 2005, 24 e 25 de Setembro. Vencido o concurso, os recursos financeiros foram disponibilizados pelo
Instituto do Património Histórico e Artístico sendo a obra tecnicamente sonorizada pela
Alfasom, empresa que prestava os mesmos serviços ao Centro Cultural de Belém. A obra, e sua vitória como projecto, ocasionaram a visita do Sr. Secretário de Estado da Cultura, Mário de Vieira Carvalho ao monumento, assistindo a apresentação e incentivando os intérpretes em discurso directo aos presentes.
Esta é uma obra válida e por isso permanece nos meus arquivos, pronta reviver.
Notas sobre a performance:
A partitura inclui as instalações, meios técnicos e humanos e as formas de coordenação. A sua estrutura é feita a partir de:
I.
Estudo prévio: onde são descritos os spots sonoros e a sua colocação no edifício. Conta com as plantas do monumento, conforme a sua estrutura em 2005, descreve as estratégias para a sonorização desejada e os meios técnicos necessários.
II.
Proposta: o edifício revela a sua estrutura para além da impressão visual: o som dos instrumentos musicais é utilizado como extensão da pessoa na exploração de um espaço, activando respostas de ressonâncias, ecos e polifonias.
As execuções destes valores sonoros são feitas por diferentes interacções, discriminadas na partitura.
III.
Programa: descreve a forma de intervenção dos músicos, as formas de sincronização, o repertório e os ciclos que formam o fluxo de cerca de duas horas de música e intervenções sonoras.
Eli Camargo Jr.
Categoria Musical Solista(s) e Orq./Ens. e/ou Coro/Conjunto Vocal
com amplificação
Instrumentação Sintética grupo alargado de instrumentos de percussão, assistidos por 3 instrumentistas; quatro grupos de câmara (duos e trios), três solistas
Meios Técnicos de Execução
Amplificação feita por captação em cada um dos quatro locais ocupados pelos músicos; coordenação desta amplificação e remix enviado para outras dependências, através de colunas, conforme a partitura. Mesa de amplificação, controlada por um técnico e 2 assistentes.