Para assinalar os 50 anos que José Luís Ferreira teria feito a 31 de agosto, em setembro este compositor, músico, professor e performador de música eletrónica, está Em Foco no MIC.PT.
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Categoria Musical Solista(s) e Orq./Ens. e/ou Coro/Conjunto Vocal
Instrumentação Sintética Oboé e Orquestra de Câmara
Estreia
Data 2004/Dec/04
Intérpretes
OrchestrUtopica
Aldo Slavetti (oboé)
Cesário Costa (direcção)
Entidade/Evento Concerto Serial Killers - Depois de Schoenberg 3
Local Culturgest - Grande Auditório
Localidade Lisboa
País Portugal
Notas Sobre a Obra
Escrevi Sequenza Ultima entre Agosto e Outubro de 2001. Pedida para o terceiro concerto da Orchestrutópica, dedicado aos 50 anos da morte de Arnold Schoenberg, pensei em escrever uma pequena obra de câmara (apenas 10') na qual o oboé teria um papel destacado e que, de algum modo, tivesse algo a ver com o autor da Sinfonia de Câmara opus 9 e da Serenata opus 24 (as minhas - dele - peças favoritas). Se existe um solista, tal deve-se a ter sido da estrutura da sua linha melódica que os campos harmónicos para os restantes instrumentos proliferaram. O nível de exigência técnica é porém grande para todos os instrumentistas, e pretendi um destaque do interior para o exterior, ou "primus inter pares". A obra foi construída a partir de um Bb central e de um conjunto de intervalos e notas polares que se relacionam com esse Bb, nomeadamente sequências descendentes tais que E - Bb - A - F# - F - D - C, entre outras. Breves fragmentos melódicos e bruscas intervenções polarizando uníssonos dão as mãos a uma música incansável, quase sem relache, consistindo essa "kinesia" e tensão expressionistas o ponto de contacto com as duas obras de Schoenberg atrás mencionadas. Embora o tom geral seja iminentemente sério, e nada exista na obra que faça alusões directas a contextos extra-musicais ou a outros contextos musicais (como em Atlas' Journey ou no Concerto para Dois Pianos), o resultado de certas manipulações intervalares e rítmicas pode casualmente fazer lembrar certos folclores europeus de forma muito sofisticada, e não nego que em termos de movimento (Sequenza Ultima começou por se chamar In Motion - literalmente "Em Movimento" título que decidi no entanto reservar para uma peça posterior) e de vontade de expressão, Sequenza Ultima deve bastante às muitas e longas noites passadas com o cinema dos anos 20 e 30. Os filmes expressionistas, fantásticos de Dreyer, Murnau, Lang, com o seu cortejo de sombras, luz e alusões oníricas - num universo visual desconcertantemente mais próximo da arte avançada do seu tempo do que da realidade concreta - e as comédias "slapstick" (incluindo ainda assim nesta definição redutora o grande Charlie Chaplin) de Keaton e Harold Loyd, um cinema de movimentos rápidos, bruscos e desconcertantes, foram e são ainda muito importantes para a minha imaginação musical.
Sérgio Azevedo
Circulação
Obra
Tipo
Data
Entidade/Evento
Local
Localidade
País
Intérpretes
Observações
Inv Row
Sequenza Ultima
Estreia
2004/Dec/04
Concerto Serial Killers - Depois de Schoenberg 3
Culturgest - Grande Auditório
Lisboa
Portugal
OrchestrUtopica
Aldo Slavetti (oboé)
Cesário Costa (direcção)