Compositor e investigador doutorando na FCSH/ Kunstuniversität Graz/ Fondazionne Archivio Luigi Nono e membro do Concrète [Lab] Ensemble, João Quinteiro está Em Foco no MIC.PT em março.
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Letra Deixar-se ser...
No instante permanente irrepetível...
Deixar-se a vida viver...
Ser vida viva...
Nos outros...
No espelho...
Deixar-se ser no existir da existência...
O momento...
O alvo...
Querer não guiar a flecha do ser...
Deixar ser tudo no todo do momento...
Sopro do/no Universo...
Escutar-se o movimento infinito das vibrações do silêncio
Procurar-se o florescer nos vazios férteis das nossas rosas imaginárias...
Existir-se na essência do sentir...
Deixar-se ser o incandescente espelho vulcânico dos longínquos sóis luminosos...
Deixar penetrar-se pela luminosidade florescida do silêncio no som das vibrações ultra-sónicas...
Imagem irreal do concreto imaginário...
Na existência umbilical do sémen...
Deixar-se ser o ventre transparente dos mágicos segredos sensuais...
Na sexual existência lendária dos milenários séculos a razão de ser-se...
Libertar o desejo dos dedos do entrelaçar-se nas mãos Alegria...
Deixar-se dilatar os espaços incomprimíveis da RAZÃO e do AMOR...
SER-SE no deixar-se SER...
Notas Sobre a Obra
A Voz(s) surge na sequência de obras como Epígono I e Epígono II. "Obra composta sobre um texto poético do próprio autor, escrito durante o Verão de 1980. A mensagem poética é recriada musicalmente, partindo de uma análise e exploração fonética do texto. Determinados elementos (fonemas) ou letras (como por exemplo x e s) são trabalhados e recriados electronicamente com reverberação e câmara de eco, acentuando ou realçando toda a sua força expressiva, tão característica da língua portuguesa. A obra é concebida para uma só voz, que realiza uma parte gravada e outra ao vivo, sendo um elemento de grande importância durante o diálogo o seu timbre, que se mantém inalterável. A cantora dialoga consigo própria num jogo psicológico de introspecção-extrospecção-reacção. A simbiose melódico-musical com o poema realiza-se através de uma interpenetração psicológica do texto, que por vezes leva à utilização de pequenas células melódicas de quartos de tom. A voz da fita magnética foi gravada pela cantora (soprano) Maria João Serrão e a assistência e manipulação técnica foi realizada por Luís Martins Saraiva. O projecto de luz foi concebido e realizado por Orlando Worm."
Lopes e Silva
Circulação
Obra
Tipo
Data
Entidade/Evento
Local
Localidade
País
Intérpretes
Observações
Inv Row
A Voz(s)
Estreia
1981/May/28
5ºs Encontros Gulbenkian de Música Contemporânea
Fundação Calouste Gulbenkian - Grande Auditório
Lisboa
Portugal
Grupo de Música Contemporânea de Lisboa:
Maria João Serrão (soprano)