Duo formado por Miguel e Paula Azguime, que se estreou há 40 anos, em 1985, e que continua a marcar a criação musical contemporânea - o Miso Ensemble está Em Foco no MIC.PT em abril.
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Coro (a cappella)/Conjunto Vocal
com electrónica em tempo real
Instrumentação Sintética
2009
8' 00"
soprano, coro misto e electrónica
soprano, coro misto e electrónica
Título do documento Ode a Gaia, deusa da Terra
Data de Composição· 2009
Núm. Catálogo 75
Instrumentação Detalhada
Categoria Musical Coro (a cappella)/Conjunto Vocal
com electrónica em tempo real
Instrumentação Sintética soprano, coro misto e electrónica
Estreia
Data 2009/Nov/10
Intérpretes
Coro Ricercare, Pedro Teixeira (direcção)
Local Igreja do Sacramento
Localidade Lisboa
País Portugal
Notas Sobre a Obra
Esta peça resulta de uma encomenda do Museu Nacional de História Natural. Inspira-se na Terra; terra como planeta e terra como superfície, solo, poeira e lama, elemento capaz de acolher e gerar vida. Faz parte de um conjunto de peças que procuram seguir a aventura do planeta Terra, desde a sua origem, há cerca de 4,5 biliões de anos, até há actualidade.
Ode a Gaia, única peça do ciclo que é vocal, simboliza o surgimento da presença humana no nosso planeta e é inspirada em Gaia a Deusa Grega da Terra. Segundo Hesíodo Gaia é a segunda divindade primordial que nasceu após o Caos; também Homero a terá homenageado em diversos dos seus hinos.
Partindo desses textos antigos, a peça baseia-se numa colagem de textos de diferentes épocas, culturas e línguas.
A soprano canta o texto de Hesíodo em grego; o hino de Homero é cantado pelo coro em inglês e em português. Existem ainda diversas frases de cientistas e filósofos que nos questionam sobre a nossa existência e sobre a nossa relação com o planeta. Na parte central a soprano e o coro unem-se num excerto de um poema de Fernando Pessoa, que na continuidade se transforma num poema dos Maias sobre o mito da criação, acabando com um poema dos Índios da Pampa onde estes interpretam o planeta como a sua casa.
A electrónica surge nesta peça, não como um elemento estranho às vozes, mas sim em continuidade com elas, estabelecendo não só uma ligação com a tecnologia do tempo presente, mas assumindo-se também como um referencial em torno do qual as vozes gravitam.
Carlos Marecos