Compositores

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Artur Santos foi aluno do Conservatório de Lisboa, onde estudou Piano com Marcos Garin, Harmonia com Venceslau Pinto e Contraponto e Fuga com Costa Ferreira. Aluno exímio em piano e composição na Escola Superior, estudou também com Luís de Freitas Branco. Na década de 1930, obteve dois prémios de composição instituídos pelo Conservatório de Música (1º Prémio do Conservatório e Prémio Beethoven). A mesma instituição viria a recebê-lo, em 1941-42, como professor de Composição, Harmonia e Fuga. Em 1937, casa-se com a pianista Túlia Santos, que passará mais tarde a coadjuvá-lo nas suas pesquisas. Convidado para assistente de programas na Emissora Nacional, a sua participação efectiva viria a ser na área da composição, onde ganharia em 1943 o Prémio Rey Colaço de Composição, lançado pelo Gabinete de Estudos Musicais da EN. Apesar de ter iniciado um percurso promissor como compositor, Artur Santos dedicou-se maioritariamente à Etnomusicologia, sendo as cerca de 100 obras que harmonizou decorrentes da actividade de colector etnográfico. As obras inteiramente compostas por Artur Santos, embora em pequeno número, eram geralmente dedicadas a artistas e amigos de sua família. As Oito Canções Populares Portuguesas, para soprano e orquestra, mereceram uma divulgação internacional através do maestro Pedro de Freitas Branco. Artur Santos partiu para o estrangeiro (Londres e depois Paris) como bolseiro do Instituto para a Alta Cultura, tendo assim aprofundado e divulgado, entre 1945 e 1948, questões relativas à harmonização de melodias tradicionais. Participou em conferências e congressos internacionais sobre as tradições musicais nacionais (ensinou na Taylor Institution da Universidade de Oxford; na English Dance and Song Society; na Anglo-Portuguese Society e na International Folklore-Music Council, onde chegou a ser membro da comissão executiva). Não deixou, no entanto, de aprofundar a composição, tendo lições em Londres com Alan Bush e Lloyd Weber, e em Paris com Charles Koechlin e Oliver Messiaen, entre outros. Em 1949, integrou uma equipa de investigação do folclore africano (Luanda e Alto Zambeze), dirigido pela Companhia dos Diamantes de Angola. Realizou até à década de 1960 muitos outros trabalhos de recolha musical em Portugal continental e nos Arquipélagos dos Açores e da Madeira, o que lhe possibilitou a edição de registos fonográficos e a reunião de inúmeros documentos de pesquisa etnográfico-musical. Ana Cristina Brissos