Compositor e investigador doutorando na FCSH/ Kunstuniversität Graz/ Fondazionne Archivio Luigi Nono e membro do Concrète [Lab] Ensemble, João Quinteiro está Em Foco no MIC.PT em março.
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Música de câmara (de 2 a 8 instrumentos)
com electroacústica sobre suporte
Instrumentação Sintética
2014
6' 00"
ensemble, narrador e electrónica
ensemble, narrador e electrónica
Título do documento Fala do Velho do Restelo ao Astronauta
Data de Composição· 2014
Instrumentação Detalhada
Categoria Musical Música de câmara (de 2 a 8 instrumentos)
com electroacústica sobre suporte
Instrumentação Sintética ensemble, narrador e electrónica
Estreia
Data 2015/Dec/15
Intérpretes
Sond'Ar-te Electric Ensemble Miguel Azguime, narrador
Pedro Neves, direcção musical
Entidade/Evento Diz-Concerto
Local O'culto da Ajuda
Localidade Lisboa
País Portugal
Texto
Autor do Texto José Saramago
Título do Poema ou Texto Fala do velho do Restelo ao austronauta
Notas Sobre a Obra
Fala do velho do restelo ao astronauta (2014) · a partir do poema homónimo de José Saramago
Fala do velho do restelo ao astronauta surge como resposta ao desafio, lançado por Miguel Azguime, de escrever uma obra para o Sond’Ar-te Electric Ensemble, a partir do poema homónimo de José Saramago. Senti uma forte identificação com o poema e, desde logo, imaginei muitas possibilidades de interacção do narrador, dos cinco instrumentos acústicos e da electrónica com um texto tão estimulante e cheio de oposições.
Escrito em 1966, este poema de Saramago reflecte um período conturbado da história mundial e põe em destaque as disparidades entre o desenvolvimento tecnológico e as condições precárias de sobrevivência de uma parte significativa da população. A fome, como questão básica da sobrevivência humana, está presente em todo o poema. Estas questões permanecem actuais, apesar deste texto ter quase 50 anos.
As ideias antagónicas presentes no texto (por exemplo, pobreza/ riqueza, fome/ boa mesa), influenciaram a decisão de construir a peça tendo por base a interacção de dois gestos opostos: figurações rápidas, tendencialmente menos consonantes e a construção de campos harmónicos mais estáveis.
É fundamental a consciencialização colectiva da problemática enunciada no poema de José Saramago, tal como é essencial manter vivo o papel da arte enquanto meio de reflexão do passado, do presente, perspectivando o futuro, junto das novas gerações.