Categoria Musical Solista(s) e Orq./Ens. e/ou Coro/Conjunto Vocal
Instrumentação Sintética Barítono e Quinteto de Percussão
Estreia
Data 2003/Jun/20
Intérpretes
Luís Rodrigues (barítono)
Grupo de Percussão Drumming
Miquel Bernat (direcção)
Entidade/Evento Homenagem a "Le Jeune Homme et la Mort"
Local Culturgest - Grande Auditório
Localidade Lisboa
País Portugal
Texto
Autor do Texto Jean Cocteau
Título do Poema ou Texto Le Jeune Homme et La Mort
Ano 1946
Notas Sobre a Obra
Homenagear musicalmente um bailado de Cocteau, Le Jeune Homme et la Mort, sem suporte coreográfico, foi o desafio que aceitei com entusiasmo, mesmo estando consciente dos riscos e das dificuldades inerentes.
Das dificuldades e dos riscos, dois aspectos sobressaem: primeiro, a necessidade de (re)pensar o problema da relação entre a dança e a música - dois universos obviamente complementares mas que, nas suas vertentes contemporâneas, andam, nalguns casos, de costas voltadas; segundo, o facto de o texto de Cocteau ser uma narração da acção, escrita um dia após a estreia da obra em 1946 ˇ o que me permitiu introduzir o elemento/personagem narrador e trazer o bailado para a música (ou vice-versa).
Imaginary Dancescape é, assim, um bailado imaginário; o público é convidado, não a vê-lo, mas a ouvi-lo narrado num melodrama em que a voz (humana), ora assume a palavra de Cocteau (descrevendo a acção à distância ˇ uma voz passiva), ora se confunde com o Jeune Homme (in-corporando o seu drama de morte ˇ uma voz activa).
Com a escolha de uma instrumentação de algum modo invulgar ˇ barítono e quinteto de percussão -, pretende-se tirar partido da dimensão coreográfica do naipe da percussão e pôr em relevo os aspectos rítimos da relação da música com o corpo ˇ o que vem de encontro ao facto de eu sentir o ritmo fundamentalmente como movimento e não apenas como uma combinação de durações de sons e de silêncios no tempo.
Luís Tinoco, Junho 2003