Uma técnica surgiu-me quando escrevia Spin para piano solo.
Estando a trabalhar com apogiaturas com um diferente número de notas e
valores, comecei na fase final da peça a " abrir buracos " nos tempos
fortes, ou seja, a substituir com pausas os tempos fortes e progressivamente
todas as notas do compasso, com a excepção das apogiaturas, até
eventualmente chegar à situação de o compasso estar totalmente preenchido
com pausas e no entanto conter notas, como um paradoxo da notação ocidental.
Vítor Rua