Obra encomendada pela Câmara Municipal da Covilhã como peça obrigatória da Classe B do VI Concurso de Piano "Cidade da Covilhã", foi oferecida pela autora para galardoar a sua melhor interpretação.
A estrutura da obra é muito simples: baseia-se na repetição integral de uma frase rítmica de seis compassos. Tal como em algumas peças de teatro em que autores ultimam os derradeiros detalhes na presença dos espectadores, para criar ambiente e funcionar como ponte entre o mundo exterior e a realidade do espectáculo, a frase rítmica percutida com os pés do pianista procura que este viva fisicamente o ritmo obcecante e que os ouvintes sejam introduzidos de uma forma directa, rude e nua, no ritmo que é a única seiva viva da peça.
A frase rítmica é repetida sem interrupção cinco vezes: duas em percussão e três em séries de 1, 2 e 3 sons. Segue-se um curto desenvolvimento de algumas células, entrecortado pela percussão integral da frase inicial.
Obra destinada a jovens, implica um certo humor e a filosofia de que um pianista é algo mais do que quem acciona os dedos num teclado.
Maria de Lourdes Martins