Categoria Musical Música de câmara (de 2 a 8 instrumentos)
Instrumentação Sintética Ensemble Instrumental
Estreia
Data 1986/May/14
Intérpretes
Grupo de Música Contemporânea de Lisboa:
Carlos Franco (flauta), António Saiote (clarinete), Álvaro Cunha (fagote), Madalena Vanzeller (cravo), José Machado (violino), António Oliveira e Silva (viola), Luísa Vasconcelos (violoncelo), João Paulo Santos (harmónio)
Jorge Peixinho (direcção)
Entidade/Evento 10ºs Encontros Gulbenkian de Música Contemporânea
Local Fundação Calouste Gulbenkian - Grande Auditório
Localidade Lisboa
País Portugal
Notas Sobre a Obra
Na esteira das últimas obras de Clotilde Rosa (e particularmente Recondita Armonia), a compositora desenvolve a sua técnica essencialmente contrapontística, tendente à criação de uma nova poética que não tem porventura paralelo na música portuguesa contemporânea. Esta técnica contrapontística (que aponta para um novo dimensionamento da sua própria praxis compositiva com incidências renovadas no plano harmónico), conduz a uma ambiguidade e a uma polivalência de leituras onde as dimensões horizontal, vertical e oblíqua se diluem e se fundem num tecido em permanente mutação, tendente a um "devir" aberto e sem limites.
Hommage (1986) é uma homenagem a Bach e nasceu por sugestão do compositor Enrique X. Macías, tendo sido encomendada pela Fundação Gulbenkian para ser estreada no Festival Internacional de Santiago de Compostela no Ano Europeu da Música. O material básico da obra foi extraído da Oferenda Musical do grande compositor setecentista e destinava-se, inicialmente, a um conjunto instrumental não especificado. Posteriormente, a autora desenvolveu o referido material e daí nasceu a versão definitiva: 2 grupos instrumentais autónomos e homólogos entre si; o primeiro (grupo I) compreende flauta, clarinete, fagote e cravo; o segundo (grupo II) é formado por violino, viola, violoncelo e harmónio (ou órgão eléctrico).
A obra é constituída por três secções autónomas (A, B e C) correspondentes a 2 "refrains" e a 1 coral, que se sobrepõem segundo variadíssimos processos sempre tendentes a um desfasamento diferente. Os "temas" são apresentados inicialmente na sua integralidade e são sujeitos (a partir da utilização de variados processos contrapontísticos, nomeadamente a aumentação e a diminuição) a uma progressiva desagregação, até se atingir uma situação de pura textura.
A utilização dos dois grupos instrumentais tem, obviamente, não só uma função espacial, mas também (e principalmente) uma função estrutural: a de contribuir para uma mais eficaz clarificação do tecido polifónico - a duas dimensões.
Jorge Peixinho
Encomenda
Data 1985
Entidade Fundação Calouste Gulbenkian - Serviço de Música / Festival Santiago de Compostela
Grupo de Música Contemporânea de Lisboa:
Carlos Franco (flauta), António Saiote (clarinete), Álvaro Cunha (fagote), Madalena Vanzeller (cravo), José Machado (violino), António Oliveira e Silva (viola), Luísa Vasconcelos (violoncelo), João Paulo Santos (harmónio)
Jorge Peixinho (direcção)