Duo formado por Miguel e Paula Azguime, que se estreou há 40 anos, em 1985, e que continua a marcar a criação musical contemporânea - o Miso Ensemble está Em Foco no MIC.PT em abril.
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O diálogo que se segue é inspirado num interesse antigo pela questão dos oráculos e pela primeira página do ensaio de Michael Wood, The road to Delphi, The Life and Afterlife of Oracles. Associo ainda A Floresta em Dodona ao “ambiente afectivo” da pintura de Eugène Burnand, Les disciples Pierre et Jean courant au sépulcre le matin de la Réssurrection.
As três personagens encontram-se na estrada que leva às ruínas do templo de Zeus em Dodona, no Épiro. Uma das personagens pensa consultar o oráculo. Outra tenta demovê-la. A terceira está preocupada com questões mais quotidianas. Resta saber se o deus ainda estará em funções, num templo que há muito deixou de existir. O templo de Zeus em Dodona foi um dos maiores cultos do período homérico e clássico da Grécia. Teve início num pequeno bosque, e mais especificamente num carvalho, cuja folhagem tinha um rumor interpretável. Era preciso passar tempo junto dessa árvore, dormir aí, e o sonho que eventualmente ali se tivesse trazia os sinais almejados.
A primeira personagem é crente em rumores e outras transcendências. Mas é inquieta pela volatilidade dos deuses, que não se enraízam na terra, mas nos templos corruptíveis. Tem, portanto, um certo ressentimento contra o divino, que é demasiado transcendente para se poder contar com ele. A segunda personagem descrê da crendice da outra e tem fé na ordem humana. Vê com optimismo o turismo cultural a locais divinos . Para o terceiro, para quem a realidade é ameaça constante que os deuses não têm o poder de purificar, todo o saber é mortal.
O libretto será constituído pelo diálogo que as personagens criam ao caminharem do parque de estacionamento para o templo em ruínas. Podem ser tratados com solos, duetos ou trios, a que se acrescentam três pequenas árias, uma por personagem. Nada disto é solene, ou grave, ou terá um ar “clássico”. Os oráculos antigos desapareceram, mas não desapareceu a prosaica necessidade deles.
A acção da peça, em acto único, é constituída por quinze minutos de marcha e uma paragem para beber água.
Instrumentação Detalhada
Categoria Musical Ópera
Instrumentação Sintética Ópera curta
Estreia
Data 2006/Mar/17
Intérpretes
Orquestra Sinfónica Juvenil
Madalena Boléo (meio-soprano)
Cláudia Pinto (soprano)
Hélder Bento (barítono)
Ana Cristina Bernardo (piano)
Pedro Amaral (direcção)
Paulo Matos (direcção cénica)
Entidade/Evento Ópera em Criação
Local Teatro São Luiz
Localidade Lisboa
País Portugal
Texto
Autor do Texto Luísa Costa Gomes
Título do Poema ou Texto A Floresta em Dodona
Circulação
Obra
Tipo
Data
Entidade/Evento
Local
Localidade
País
Intérpretes
Observações
Inv Row
A Floresta em Dodona
Estreia
2006/Mar/17
Ópera em Criação
Teatro São Luiz
Lisboa
Portugal
Orquestra Sinfónica Juvenil
Madalena Boléo (meio-soprano)
Cláudia Pinto (soprano)
Hélder Bento (barítono)
Ana Cristina Bernardo (piano)
Pedro Amaral (direcção)
Paulo Matos (direcção cénica)