Obras

Instrumentação Analítica

Sopros	flauta (Flautim), clarinete (clarinete baixo)
Teclados	piano
Cordas (dedilh./fricc.)	violino, violoncelo

Intérpretes

O título deixa-se traduzir apenas de forma parcial: “peculiar rotação” – seria uma dentre algumas propostas. O seu título justifica-se primeiramente pela alusão à construção da estrutura harmónica da obra, a qual foi delineada sobre uma progressão cíclica do intervalo 5/4 de tom (na forma ascendente), o que permite – à semelhança do conhecido “ciclo de quartas perfeitas” – a passagem por todos os nomes de nota do universo de quartos-de-tom, antes de qualquer repetição de qualquer nome de nota previamente obtido (notar: o intervalo 5/4 de tom é a divisão da “4ª perfeita” em duas partes iguais.) As notas sucessivas do ciclo de 5/4 de tom foram tomadas como “notas fundamentais” (no sentido espectral do termo) da estrutura harmónica para os diferentes pontos no tempo, estrutura que obedece a um plano rigoroso e criterioso de parciais harmónicos, em que estes se sucedem de uma ordem superior para uma ordem inferior. O princípio que orienta a escolha acima apresentada é simples: conseguir uma sucessão de alturas sonoras que resultem em forma descendente, apesar da forma ascendente das notas fundamentais que lhes estão na origem. De certa forma, existe a conversão de um universo inicialmente abstracto, predominantemente teórico (como sejam as relações intervalares de parciais de elevadíssima ordem, com as correspondentes notas fundamentais, que se situam sob o limiar de audição humano) num universo de materialidade sonora, coadjuvada pela diminuição progressiva do âmbito do espectro sonoro. A nível formal são de destacar cinco momentos, nos quais a presença da “nota fundamental” do “acorde” é determinante. A cada um desses cinco momentos correspondem momentos de especificidade de um instrumento em particular (a saber: Piano; Violoncelo; Clarinete Baixo; Violino e, por fim, Flauta) – são momentos tendencialmente virtuosísticos e/ou solísticos. Estes cinco momentos dão origem a secções que os medeiam, onde os diferentes instrumentos se combinam, dialogam, se excluem, divergem, se perturbam, convergem, se complementam, sublinhando desta maneira, as “qualidades” existentes ao nível da estrutura construída em torno do tempo, fruto de uma “polifonia” temporal: não em termos de pulsação – que apesar da sua inconstância permanece comum a todos os instrumentos –, mas outrossim, de tempo musical, no qual as unidades de duração de base de cada instrumento adquirem autonomia. Uma “polifonia” que, ela própria, se constrói de uma “peculiar rotação”. [ka'mi, 2010]

Obra	Tipo	Data	Entidade/Evento	Local	Localidade	País	Intérpretes	Observações	Inv Row
Sonderart des Kreisens	Estreia	2010/Jul/24	5º Concurso Internacional de Composição da Póvoa de Varzim	Auditório Municipal	Póvoa de Varzim	Portugal	Sond’Ar-te Electric Ensemble, Pedro Amaral (maestro)	Observações
Sonderart des Kreisens	Execução	2012/Jun/02	"...im Banne des Unbekannten"	Echoraum	Viena	Áustria	Ensemble Platypus, Jaime Wolfson (maestro) | Anais Favre-Bulle (flauta), Ryuta Iwase (clarinete), Mari Sato (piano), Robert Olisa Nzekwu (violino), Tomasz Skweres (violoncelo)	Observações

Documentos
	Tipo (+ sub-tipo)	Título de capa/edição Título do documento	Autores documento	Referente a	Editora	Data
	Partitura	ka'mi / Sonderart des Kreisens  Sonderart des Kreisens,		sonderart des kreisens a [ka'mi]	Centro de Investigação & Informação da Música Portuguesa	2013 2010