Compositor e investigador doutorando na FCSH/ Kunstuniversität Graz/ Fondazionne Archivio Luigi Nono e membro do Concrète [Lab] Ensemble, João Quinteiro está Em Foco no MIC.PT em março.
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Local Fundação Calouste Gulbenkian - Grande Auditório
Localidade Lisboa
País Portugal
Texto
Título do Poema ou Texto Huainanzi
Título da Publicação Huainanzi
Letra não disponível
Observações
Cantado em chinês sobre o clássico taoista Huainanzi (séc. II a.C.)
Notas Sobre a Obra
Yuan Zhi Yuan é uma peça para soprano, tenor, seis instrumentos tradicionais Chineses, coro de câmara e live-electronics, encomendada pela Fundação Oriente. A estreia mundial decorreu no grande auditório da Fundação Calouste Gulbenkian em Lisboa, em Setembro de 1998, e dois anos mais tarde, a mesma foi apresentada no Beijing Concert Hall. A estreia em Lisboa teve lugar com interpretação da soprano Xing Rufeng, o tenor Gao Yonping, o Hua Xia Ensemble de Pequim, China, e o Antifonia Choir de Cluj-Napoca, Roménia; sob a direcção de Tsun Yeh.
A peça é cantada em Chinês e utiliza, como texto, fragmentos do primeiro capítulo do livro clássico Taoista: Huainan Zhi.
A ideia principal que condiciona o curso da peça foi fundir o pensamento ocidental e oriental – num plano de intercâmbio e compreendimento – juntando tradição e hábitos milenares (através dos instrumentos tradicionais Chineses), com novas possibilidades tecnológicas (através da electrónica em tempo real e de novas técnicas musicais aplicadas aos instrumentos tradicionais).
O meu interesse na tradição milenar do pensamento Chinês, conduziu-me a uma investigação profunda da linguagem Chinesa (a qual eu acredito ser o veículo fundamental do pensamento da humanidade). Consequentemente, decidi explorar este interesse compondo esta peça com o texto cantado em Chinês e assim, investigando as relações entre música e texto, e como o texto pode influenciar a forma e material musical. Desta maneira, toda a composição derivou quase que directamente de uma estrutura intrínseca ao próprio texto, o mesmo se verificando a nível harmónico, evoluindo da unidade (uníssono) para a multiplicidade (doze tons e a micro tonalidade).
Esta peça expõe uma música em permanente transformação, contínuos processos de mutação de tempo e espaço, matéria e energia. É música como um ser vivo envolto no Universo.