Jovem compositor que em abril completou 30 anos, sendo uma das vozes mais ativas no contexto da música contemporânea em Portugal - Pedro Lima está Em Foco no MIC.PT em setembro.
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2 cantores com “preparações” e diferentes registos de voz, em torno de uma mesa redonda de pé alto
2 cantores com “preparações” e diferentes registos de voz, em torno de uma mesa redonda de pé alto
Título do documento A.Sch_B: In memoriam Manuel João Fernandes (1920-2012)
Data de Composição· 2013
Dedicatória
Obra dedicada a Manuel João Fernandes
Observações
Duração variável: 1’50’’–17’00’’
Instrumentação Detalhada
Categoria Musical Música de câmara (de 2 a 8 instrumentos)
Instrumentação Sintética 2 cantores com “preparações” e diferentes registos de voz, em torno de uma mesa redonda de pé alto
Notas Sobre a Obra
Escrevi A.Sch_B: In memoriam Manuel João Fernandes (1920-2012) para um projecto da artista Hong-Kai Wang, convidada pelo Arnold Schönberg Center em Viena a integrar a exposição comemorativa do 15º aniversário da instituição. Hong-Kai convidou 12 compositores estrangeiros a viver na Áustria a discutirem o tema “What’s the consequence of musical change?”. Dessa discussão deveria sair o material para o texto empregue na composição de 12 peças para canto, cujas partituras seriam expostas conjuntamente com excertos das filmagens dos ensaios com os compositores e os intérpretes.
Assim nasceu a peça A.Sch_B: In memoriam Manuel João Fernandes (1920-2012), para 2 cantores com diferentes registos de voz e com “preparações”, em torno de uma mesa redonda de pé alto, e dedicada ao meu querido avô.
A peça é composta por 40 fragmentos dispostos de forma circular em 2 páginas A3; a forma é aberta; não existem claves , mas sim a indicação que a voz de registo mais agudo (no caso a soprano Gaia Mattiuzzi) deve ler a partitura como se notada em clave de sol e a voz de registo mais grave (nesta ocasião, o barítono Andreas Jankowitsch) deve ler a partitura como se notada em clave de fá. O material resume-se às alturas evocadas no título, notadas em ambas as claves mencionadas: lá, mib, dó, si, e sib (lendo no uso alemão) e abundantes inflexões de quartos-de-tom. Ambos os cantores usam “cabeças” de flautas de bisel (soprano para a voz mais grave e alto para a voz mais aguda), as quais servem como filtro e modulação da voz, quer deixando o tubo aberto, quer fechando-o, tal como passando pelas posições intermédias, conforme notado para cada fragmento. Os cantores devem cirandar uma mesa redonda de pé alto, onde se encontra a partitura, iluminada por uma vela. Preso aos braços e pernas dos 2 cantores estão fios com guizos, que atribuem uma ressonância à movimentação dos intérpretes – com o objectivo de restringir a qualidade da movimentação. Os cantores devem tentar não colocar os guizos em acção, o que se revelará impossível. A dinâmica da voz está delimitada pela capacidade técnica dos cantores em emitir o canto com a maior intensidade possível, sem que contudo façam accionar o funcionamento do bisel da flauta, e consequentemente a emissão de uma altura sonora pelo instrumento. A inteligibilidade do texto é secundária, mas a tentativa de o conseguir é pretendida. Existem vários caminhos à escolha dos cantores ao longo da partitura, confrontados de fragmento em fragmento com escolhas múltiplas. A peça tem início definido em 2 pontos assinalados para o efeito, a partir dos quais os 2 cantores iniciam a leitura da partitura. Daí em diante, o percurso é da sua total responsabilidade, assim como a decisão de terminar a leitura da partitura, a qual se procede pelo apagar da vela, por um dos cantores, através da “cabeça” da flauta de bisel, em momentos marcados para o efeito em vários dos fragmentos, sendo que a duração mínima será de 1 min. 50 seg., e não ultrapassando os 17 min. [ka'mi, 2013]
Encomenda
Data 2013
Entidade Arnold Schönberg Center para o projecto de Hong-Kai Wang “What’s the consequence of musical change?” a ser integrado na exposição “art is: new art”