CAPDEVILLE Constança (1937 - 1992)  
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Dados de intérprete
Compositora, pianista e percussionista, aliou a música à componente cénica no contexto do teatro musical, nomeadamente através de vários grupos que fundou. Iniciou os estudos musicais em Barcelona antes de se estabelecer permanentemente em Portugal a partir de 1951, devido a condicionantes político-sociais decorrentes da Guerra Civil de Espanha. Constança Capdeville prosseguiu os estudos superiores no Conservatório Nacional de Música de Lisboa, cursando piano com Varela Cid e composição com Jorge Croner de Vasconcellos. Formou-se em interpretação de música antiga (transcrição, instrumentação, prática de clavicórdio e acompanhamento pianístico) através de cursos ministrados por Macário Santiago Kastner. Constança Capdeville participou em alguns trabalhos musicológicos através da Gulbenkian, da Biblioteca Nacional e da Biblioteca da Ajuda, tendo ainda colaborado num estudo, com Mário de Sampaio Ribeiro, relativo ao tratado Lux Bella, de Domingos Marques Durán. No Verão de 1962 foi bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian, cursando composição na Galiza, com Philip Jarnach. Desta motivação surgiu a obra Variações sobre o nome de Stravinsky, para órgão, que mereceu o Prémio de Composição do Conservatório Nacional. Inúmeros seminários e cursos de aperfeiçoamento conduziram-na à apresentação das suas obras em Festivais nacionais e internacionais. Seguiu de perto o percurso da Orquestra Universitária de Lisboa, onde participou inúmeras vezes como compositora e intérprete. Foi ainda membro dos Menestréis de Lisboa, do grupo de câmara Convivium Musicum e do Grupo de Música Contemporânea de Lisboa. Em 1969, a pedido da Fundação Calouste Gulbenkian, Constança Capdeville realizou a primeira participação no Festival de Música Gulbenkian, que lhe permitiu uma orientação para um estilo próprio, mantendo ao longo da sua carreira uma participação constante nestes festivais. Constança Capdeville foi precursora da escrita de obras para teatro musical em Portugal, género a que se dedicou mais especialmente a partir da década de 1980 com o grupo ColecViva, que fundou e dirigiu. A criação de Constança espelha assim a reflexão estética sobre a indissociabilidade entre a vida e as artes, sem nunca esquecer a importância da pesquisa sonora, corporal/gestual e literária da obra. É também de realçar a utilização de elementos cénicos em algumas das suas peças de câmara e a escrita de música para cinema. Constança Capdeville notabilizou-se ainda no ensino da composição, nomeadamente na Academia de Música de Santa Cecília, na Escola Superior de Música de Lisboa e no Departamento de Ciências Musicais da Universidade Nova de Lisboa. Em 1992, a título póstumo, foi-lhe atribuído o Grau de Comendador da Ordem de Santiago de Espada.
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