Compositora e doutoranda na Guildhall School of Music and Drama em Londres, focada no tema «Música visível: abordagens composicionais» - Fátima Fonte está Em Foco no MIC.PT em março.
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Categoria Musical Solista(s) e Orq./Ens. e/ou Coro/Conjunto Vocal
com electroacústica sobre suporte
Instrumentação Sintética soprano, mezzo soprano, sexteto de cordas e electrónica
Estreia
Data 1999
Intérpretes
Champ d'Action
Entidade/Evento Festival Ars Musica
Localidade Bruxelas
País Bélgica
Texto
Título do Poema ou Texto [Excerto dos Upanishades]
Letra Texto:
yo vai bhuma tat sukham, nalpe sukham asti, bhumaiva sukham;
bhuma tv eva vijijñasitavya iti; bhumanam, bhagavah, vijijñasa iti.
yatra nanyat pasyati nanyac chrnoti nanyad vijanati sa bhuma;
yo vai bhuma tad amrtam, atha yad alpam tan martyam;
sa, bhagavah, kasmin pratishthita iti;
sue mahimni, yadi va na mahimniti.
Tradução:
O infinito é a felicidade. Não há felicidade em qualquer coisa finita. Só o infinito é a felicidade. Devemos desejar compreender o infinito.
Mestre, eu desejo compreender o infinito.
Quando não vemos mais nada, não ouvimos mais nada, compreendemos mais nada, isso é o infinito.
Na verdade, o infinito é o mesmo que o imortal, e o finito é o mesmo que o mortal.
Mestre, em que é que o infinito se estabelece?
Na sua própria grandeza, ou nem sequer mesmo na grandeza.
Notas Sobre a Obra
Parte I - Mahakala Sadhana (música electrónica)
Parte II - alap-jor-jhala-gat (violino, viola e música electrónica)
Parte III - Ghazal (2 sopranos, sexteto de cordas e música electrónica)
Esta obra foi encomendada pela Comissão para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses. Pretende ser uma reflexão ocidental sobre algumas tradições musicais das culturas do oriente. Sem pretender estabelecer uma relação teórica directa com as referidas tradições, as peças que compõem Le Voyage des Sons são o resultado de imagens sonoras produzidas pela audição da música destas tradições. Essas imagens foram depois trabalhadas, quase se poderia dizer, estilizadas, para darem origem às peças que constituem esta obra.
Para além deste aspecto conceptual da composição, outro aspecto técnico influenciou a prática da realização da música em si mesma, e que está interligado com o meu fascínio pela geometria dos fractais. Quase todas as estruturas musicais desta obra, com particular ênfase sobre os sons electrónicos da primeira e da terceira peças se baseiam, directa ou indirectamente, nesta aplicação específica da Teoria do Caos. Dessa forma, convergem numa só obra dois tipos de conceptualização: por um lado o intuitivo e o auditivamente apreendido, sem quaisquer filtragens de índole teórico, e por outro lado o racional, estruturado e matematicamente preciso.
Mahakala Sadhana inspira-se na tradição musical do Budismo Tibetano. Na prática Drukpa Kagyu, a Mahakala Chak-she-pa é protectora do Dharma que remove todos os obstáculos permitindo atingir o estado de iluminado.
A segunda peça é baseada na tradição musical da Índia. Alap-jor-jhala-gat corresponde a um estilo instrumental que integra gestos musicais sem métrica específica, que ganha gradualmente uma pulsação rítmica, terminando num gat, uma composição instrumental baseada em ciclos rítmicos.
A última peça do ciclo (Ghazal) baseia-se na música dos Qawal (trovadores nómadas) do Paquistão. Os Ghazal são poemas cantados, de carácter místico, e em geral referem-se às emoções do amor, ou aos aspectos transitórios da realidade. São constituídos por estrofes. O texto usado neste Ghazal é um excerto das Upanisads, no original em sânscrito.
Texto:
yo vai bhuma tat sukham, nalpe sukham asti, bhumaiva sukham;
bhuma tv eva vijijñasitavya iti; bhumanam, bhagavah, vijijñasa iti.
yatra nanyat pasyati nanyac chrnoti nanyad vijanati sa bhuma;
yo vai bhuma tad amrtam, atha yad alpam tan martyam;
sa, bhagavah, kasmin pratishthita iti;
sue mahimni, yadi va na mahimniti.
Tradução:
O infinito é a felicidade. Não há felicidade em qualquer coisa finita. Só o infinito é a felicidade. Devemos desejar compreender o infinito.
Mestre, eu desejo compreender o infinito.
Quando não vemos mais nada, não ouvimos mais nada, compreendemos mais nada, isso é o infinito.
Na verdade, o infinito é o mesmo que o imortal, e o finito é o mesmo que o mortal.
Mestre, em que é que o infinito se estabelece?
Na sua própria grandeza, ou nem sequer mesmo na grandeza.
João Pedro Oliveira
Encomenda
Data 1997
Entidade Comissão para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses
Localidade Lisboa
País Portugal
Circulação
Obra
Tipo
Data
Entidade/Evento
Local
Localidade
País
Intérpretes
Observações
Inv Row
Le Voyage des Sons
Estreia
1999/Jan/01
Festival Ars Musica
Bruxelas
Bélgica
Champ d'Action
Observações
Le Voyage des Sons
Estreia Parcial
1998/Nov/28
Música em Novembro
Culturgest
Lisboa
Portugal
Alexander Stewart (violino)
Alexandre Delgado (viola)