Categoria Musical Música de câmara (de 2 a 8 instrumentos)
Instrumentação Sintética Baixo e Quarteto de Cordas
Estreia
Data 1988/Jan
Intérpretes
Álvaro Malta (baixo)
Quarteto Portugália
Local Antena 2 - RDP
Localidade Lisboa
País Portugal
Notas Sobre a Obra
A osmose de sentidos, o dilatar das sensações e a beleza plástica dos versos de Mário de Sá Carneiro (1890-1916) são um caso fascinante na nossa poesia. Numa ânsia de infinito, transmitem-nos a hipertrofia asfixiante de um mundo em que não é possível viver, porque a essência das coisas nos está vedada enquanto matéria. O drama do espírito hiper-sensível de Sá Carneiro nada tem de poses românticas ou de intelectualismos artificiais, e por isso sentimos com ele a queda de um êxtase eufórico e inebriante para a angústia indizível do vazio.
Com este poema, somos levados numa viagem onírica de alucinantes contrastes, numa progressão de visões estáticas e desenfreadas, ténues e radiosas, lascivas e angelicais. Atingidos os cumes do paroxismo, segue-se o lento desmoronar da evasão, os ecos distantes de paragens não alcançadas, o desenanto do embate com uma realidade em que o próprio sonho nos é vedado.
Um texto tão rico de sugestões foi o ponto de partida ideal para criar um mundo sonoro estruturado, mas em permanente metamorfose, que procura salvaguardar a inteligibilidade e íntima complementaridade do poema, e que foi escrito de um só jacto, em pouco mais de uma semana.
Esta obra para baixo e quarteto de cordas data de Outubro de 1987, e teve a primeira audição em Janeiro do ano seguinte, numa emissão do Programa Dois da RDP em que foram intérpretes Álvaro Malta e o Quarteto Portugália.
Alexandre Delgado
Circulação
Obra
Tipo
Data
Entidade/Evento
Local
Localidade
País
Intérpretes
Observações
Inv Row
Turbilhão
Execução
1990/May/12
14ºs Encontros Gulbenkian de Música Contemporânea
Estufa Fria
Lisboa
Portugal
Jorge Vaz de Carvalho (baixo)
Quarteto Capela:
António Anjos (1º violino), Victorino Gomes (2º violino), Barbara Friedhoff (viola), João Murcho (violoncelo)