Música de câmara (de 2 a 8 instrumentos)
com electrónica em tempo real
Instrumentação Sintética
2001
11' 00"
Ensemble Instrumental e Electrónica em Tempo Real
Ensemble Instrumental e Electrónica em Tempo Real
Título do documento Gestos-Circus-Círculos
Data de Composição 2000 · 2001
Observações
A parte electrónica contém uma gravação original de uma voz popular
Programação de Ângela Lopes.
Instrumentação Detalhada
Categoria Musical Música de câmara (de 2 a 8 instrumentos)
com electrónica em tempo real
Instrumentação Sintética Ensemble Instrumental e Electrónica em Tempo Real
Estreia
Data 2001
Localidade Porto
País Portugal
Notas Sobre a Obra
Gestos-Circus-Círculos resulta de um convite de Porto 2001-Capital Europeia da Cultura, para o Festival Musica Viva, por proposta de Miguel Azguime, a quem a obra é dedicada.
Como em Polígonos em som e Azul (Casa de Serralves /Exposição Vieira da Silva), em Tapisserie I (Casa das Artes), ou em Música dos objectos e do acaso-Ruidos (Casa de Serralves/Exposição Tapiès), o Teatro Helena Sá e Costa, os meios tecnológicos e instrumentais disponíveis (7 instrumentistas do Grupo Musica Nova cronómetros e gongs individuais), entre outros factores, determinaram o percurso de Gestos-Circus-Círculos. Oscillations, Reminiscências, Momentos-Memórias I, “Picabia, une nuit avec”, Chanson en cercle, Dois quadros antigos, Para dois Poemas/Impromptu (Fernando Pessoa/Bruxelas 88), são outras referências anteriores. A descolagem no tempo e no espaço de objectos sonoros e temporais coexistem com constantes, como o continuum, na obra do compositor. Algumas das obras citadas nasceram como “happenings”, controlados como obra escrita, concebidas e executadas “em tempo real”, em estúdio ou em concerto.
Neste gesto pluri-instrumental de circus, nos círculos deste mundo físico e psicológico de geometria sonora envolvente encontram-se intersecções de sensibilidades, culturas e expressões humanas longínquas. A sedução da voz feminina entoando um canto popular integra-se, como desafio, em organismos de natureza antagónica de efeitos electrónicos e informáticos aos quais os processos composicionais e instrumentais deixam campo aberto.
A fenomenologia do som, do timbre, do espaço, a materialidade da abstracção, a visualização e a tactilidade do tempo, o hedonismo sonoro e a ambivalência dos meios e dos caminhos, constantes da obras do compositor, encontram nestas páginas alguma da sua materialização.. Os espaços e contextos da concepção e realização da obra configuraram-na nas suas características antropológicas, dramáticas e musicais.
Porto 2001
Cândido Lima
