Compositor, investigador, artista multimédia e docente/ coordenador do curso de Música Eletrónica e Produção Musical da ESART - Rui Dias está Em Foco no MIC.PT no mês de novembro.
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Entidade/Evento 8ºs Encontros Gulbenkian de Música Contemporânea
Local Fundação Calouste Gulbenkian - Grande Auditório
Localidade Lisboa
País Portugal
Notas Sobre a Obra
A composição do Concerto de Outono para oboé e orquestra de câmara foi-me sugerida em 1982 pelo oboísta e compositor uruguaio León Biriotti, em Buenos Aires. No início do ano seguinte fui elaborando os planos prévios da obra e daí passei à composição definitiva, que terminei no Outono do mesmo ano (1983). O Concerto articula-se em seis partes distintas, encadeadas sem solução de continuidade e sem qualquer analogia com os andamentos clássicos. Para além do elemento concertante, procurei estabelecer (através de uma pesquisa muito aprofundada no campo harmónico-tímbrico) uma síntese de valores sinfónicos e de câmara, resolvida por meio de uma rede contínua e sistemática de encadeamentos e interpretações. A orquestra assume, pois, uma função tentacular e multivalente, que ora age como um bloco, ora bifurca e se desfaz e refaz em múltiplas parcelas autónomas, como um caleidoscópio cinético em permanente mutação.
Diluídas no contexto, certas referências muito subtis (não-citações!) a outros compositores (Lutoslawski, Stravinsky, Tomás Marco) vêm colorir a momentos, de modo mais ou menos imperceptível, fases de percurso e conotações ambíguas no desenrolar do discurso musical.
A referência (esta muito mais clara) ao tango "porteño" surge (fora do contexto dominante) como evocação de momentos vividos em comum pelo compositor e o intérprete destinatário da obra.
Jorge Peixinho
Encomenda
Data 1983
Entidade Fundação Calouste Gulbenkian - Serviço de Música