No próximo dia 15 de novembro, o pianista João Casimiro Almeida irá dar um recital a solo no O’culto da Ajuda, em Lisboa, cujo programa incluirá as Três Miniaturas – per piano, mar, sobre a brevidade, compostas por Bruno Gabirro entre 2004 e 2008. Na entrevista de 2023 ao MIC.PT, este compositor (editado pelo MIC.PT) afirmou que, enquanto artista, está interessado «em cada som, em cada momento, e em como estes se ligam a tudo o que os precede e a tudo o que os sucede num determinado discurso musical de uma determinada peça; e ainda em como se realiza musicalmente um determinado potencial sonoro». No recital do O’culto, João Casimiro Almeida, especializado em música contemporânea, interpretará também obras de Solange Azevedo, Inés Badalo, Bernardo Lima, bem como de Hugo Vasco Reis e Luís Antunes Pena (compositores editados pelo MIC.PT), cujas obras constam no álbum deste jovem pianista intitulado espectros e lançado no ano passado pela neper music.

A composição coral Cantata para Dona Leonor (2025), de Carlos Caires, será estreada no próximo dia 13 de novembro, no concerto da 37.ª Temporada Música em São Roque, em Lisboa, com a interpretação do Coro ECCE sob a direção de Paulo Lourenço. Outra obra deste compositor editado pelo MIC.PT, Crossfade (2009), faz parte do programa dos concertos Bochmann ‘75 que o Grupo de Música Contemporânea de Lisboa, sob a direção de Vasco Pearce Azevedo, dará no O’culto da Ajuda, em Lisboa, e no Convento dos Remédios, em Évora, nos dias 8 e 9 de novembro, respetivamente. Por fim, no dia 22, será apresentada a nova versão da instalação Lugares Visíveis, de Carlos Caires, no âmbito da inauguração das novas instalações do Museu Nacional da Música, em Mafra. Esta nova versão da instalação, que já foi apresentada em Lisboa e Barcelona, conta com a participação do artista visual Roger Hyperbole Madureira na componente de imagem gerada em tempo real.

A obra O Carro de Jorge Peixinho (2021), do compositor Carlos Marecos (editado pelo MIC.PT), será interpretada pelo Duo Ferrão & Cabrita (violoncelo e piano) a 16 de novembro, no O’culto da Ajuda, em Lisboa, durante a Temporada de Música de Câmara Jovem 2025. Como recorda Carlos Marecos: «Na Rua do Loreto, em Lisboa, existe a frente de um carro incrustada no topo da montra de uma loja. Nos anos 90, eu circulava entre a Rua do Ataíde e a Rua dos Caetanos, onde a ESML tinha as suas instalações; a passagem pela Rua do Loreto era obrigatória. O Eurico Carrapatoso também passava por lá, com o seu filho, que lhe perguntava: “Oh, pai, de quem é aquele carro amarelo?” O Eurico respondeu-lhe: “É do Jorge Peixinho”. A partir daí, aquele carro ficou sempre conhecido como o carro do Jorge Peixinho e eu fiquei com vontade de fazer uma peça com este título.» A Temporada de Música de Câmara Jovem, uma iniciativa da Miso Music Portugal e da Associação Portuguesa dos Amigos da Música, visa ser um agente de mudança no cenário com que os jovens músicos se deparam ao projetarem o seu futuro em Portugal.

Os dois concertos Bochmann ‘75, pelo Grupo de Música Contemporânea de Lisboa, sob a direção de Vasco Pearce Azevedo, terão lugar nos dias 8 e 9 de novembro, respetivamente, no O’culto da Ajuda, em Lisboa, e no Convento dos Remédios, em Évora, no âmbito do ciclo EboraeMvsica. O programa destes concertos incluirá três obras de Christopher Bochmann, compositor editado pelo MIC.PT, que este ano comemora o seu 75.º aniversário. As obras a serem apresentadas são, Musette (1995) e Repudiation (2025), esta última em estreia absoluta. Christopher Bochmann vive em Portugal desde 1980 e a sua criação prolífica abrange quase todos os géneros musicais, desde a música para instrumentos solistas até à música orquestral, passando pela música de câmara e pela ópera, todas elas marcadas pelo rigor do seu pensamento e técnica composicionais. Na entrevista de 2014 ao MIC.PT, Christopher Bochmann afirmou: «Sinto uma grande proximidade com a música de Bach. Identifico-me absolutamente com a ideia de que a música seja uma extensão, ou uma expressão da vida».

Em novembro será estreada uma nova obra do compositor Daniel Moreira (editado pelo MIC.PT) intitulada Primeiros ecos, criada no âmbito do projeto Laboratório Contrapartituras – Para onde vamos?, uma iniciativa do Quarteto Contratempus. O Laboratório, criado em 2021, é um espaço de experimentação e criação em torno da música de câmara em cena, promovendo a colaboração entre compositores, intérpretes e outras áreas artísticas. O projeto deste ano propõe uma reflexão artística sobre futuros possíveis. Primeiros ecos integra o espetáculo K_aleidoscópio (contando com libreto e encenação de Nuno Preto), composto por três minióperas, de Daniel Moreira (Portugal), Santiago Gutiérrez (Uruguai) e Estêvão Chissano (Moçambique). A peça será interpretada pelo Quarteto Contratempus – Teresa Nunes (soprano), Tiago Matos (barítono), Clara Saleiro (flauta), Carolina Leite Freitas (violoncelo) e Sérgio de A (piano), contando ainda com a participação de Santiago Gutiérrez (bandoneón, Uruguai) e Alfredo Inácio (timbila, Moçambique). A estreia terá lugar no Espaço QC (Porto), no dia 21 de novembro, seguida de apresentações nos dias 22 e 23 e uma digressão nacional com apresentações em Esposende, Braga, Tomar, Vila Franca de Xira e Lagos.

Em novembro, o compositor Fernando C. Lapa (editado pelo MIC.PT) será homenageado com um conjunto de iniciativas que destacam a sua obra. No dia 21, o Centro Cultural de Belém, em Lisboa, acolhe o concerto, Paisagens marítimas, interpretado pelo barítono André Baleiro e pelo pianista David Santos. Neste concerto, será apresentada a obra O céu, a terra, o vento sossegado (1998) de Fernando C. Lapa. O espetáculo será antecedido pela conferência, Músicas do Mar, na Sala Lopes-Graça, apresentada pelo musicólogo Paulo Ferreira de Castro. No dia seguinte, 22 de novembro, celebrar-se-á o 75.º aniversário de Fernando C. Lapa. Durante a tarde, no Conservatório de Música do Porto, terá lugar a sessão de lançamento de um CD, que inclui partitura e livro, e que será acompanhada por um concerto com Eliseu Silva (violino), Monika Streitová (flauta) e a Orquestra de Cordas AMASING, sob a direção de Luciano Pereira. À noite, a Sé Catedral de Santarém receberá a estreia de Te Deum, uma obra que cruza o texto latino tradicional com um poema de José Augusto Mourão, escrita para coro de câmara e ensemble (violino, violoncelo, acordeão, baixo elétrico e órgão positivo). A interpretação estará a cargo do Ensemble Moços do Coro, dirigido por Nuno Almeida.

O compositor Igor C. Silva (editado pelo MIC.PT) tem um mês de novembro repleto de atividades, com várias interpretações das suas obras. No dia 8, a peça Polyester Drops (2017), para piano preparado e eletrónica, será interpretada no festival Wien Modern, na Áustria, no âmbito do espetáculo Salon Souterrain: Echos of Numbers, pelo ensemble United Instruments of Lucilin. No dia 15, será novamente apresentada Sōma (2025), uma das mais recentes obras do compositor, para quarteto de improvisadores, orquestra e eletrónica em tempo real, na Casa da Música, no Porto. A peça será interpretada pela Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música, sob a direção de Andrew Gourlay, e com os músicos Mané Fernandes (guitarra), Zé Almeida (contrabaixo), Diogo Alexandre (na bateria e eletrónica), bem como pelo próprio compositor, que se ocupará da eletrónica e dos sintetizadores. Por fim, no dia 28 de novembro, a obra Vou (2023), para voz, teclados e eletrónica, será apresentada no festival Open Music Graz, na Áustria, com interpretação da soprano Andrea Conangla e da pianista Jana Luksts. Adicionalmente, Igor C. Silva divulgou recentemente uma nova gravação da sua peça Deviation Point (2017), para voz, eletrónica e vídeo, uma obra encomendada pela Miso Music Portugal, que está agora disponível no canal do compositor no YouTube.

O compositor Jaime Reis (editado pelo MIC.PT) conta com um novembro marcado por uma intensa atividade, que inclui concertos, conferências e a participação em projetos de criação contemporânea. No dia 1, no âmbito do 5th International Competition Iannis Xenakis, na Aristotle University of Thessaloniki (Grécia), onde o compositor integrou o júri do concurso, será apresentada a sua obra Fluxus, pas trop haut dans le ciel. No dia 5, a peça monolito.ébano será interpretada no Olomouc Contemporary Music Festival, na Chéquia, pelo pianista Hayk Melikyan. Entre 11 e 14 de novembro, o compositor será keynote speaker na conferência Conflict Between Theory and Practice?, organizada pela HAMU – Academy of Performing Arts, em Praga. Neste contexto, terá também lugar um concerto com obras suas, incluindo Fluxus, pas trop haut dans le ciel e Fluxus, dimensionless sound (b), interpretada pela flautista Monika Streitová. Para completar, Jaime Reis foi distinguido como um dos vencedores do concurso da Gilgamesh Foundation, onde será apresentada a sua peça Corpos Sonoros I: Reencarnação, num concerto a realizar-se na primeira metade do mês (Texas, EUA). Por fim, entre os dias 21 e 23, ocorrerá um dos eventos anuais centrais do Projecto DME, dirigido por Jaime Reis – o simpósio Cultura e Sustentabilidade 2025, no Lisboa Incomum.

Acabou de ser lançado o novo disco, dos Bichos, do compositor (editado pelo MIC.PT) e saxofonista Lino Guerreiro, que desde o passado dia 27 de setembro está disponível nas plataformas digitais habituais. A obra no disco, uma suíte em dez andamentos para orquestra de sopros, inspira-se na célebre coletânea Bichos, de Miguel Torga, e propõe uma leitura musical descritiva e expressiva da obra. A composição inclui um prólogo, um epílogo, e andamentos dedicados a alguns dos animais da obra literária. Nesta edição discográfica, a Orquestra de Sopros da Metropolitana, sob a direção de Carlos Reinaldo Guerreiro, interpreta a versão revista e integral da suíte composta há quase dez anos, em 2016, agora oficialmente registada sob o novo título dos Bichos. O álbum reflete a linguagem musical singular de Lino Guerreiro, marcada pela exploração tímbrica e pela criação de relações entre os gestos instrumentais dos sopros e a narrativa sonora.

Durante o mês de novembro, o compositor Luís Neto da Costa (editado pelo MIC.PT) participará em dois encontros académicos dedicados à investigação e à reflexão sobre a criação musical contemporânea. Nos dias 14 e 15, integrará o Colóquio Performatividades Digitais e Tecnológicas, que terá lugar na Universidade de Aveiro, com a comunicação intitulada Why Electronics? Perspectives on Meaning and Performance in Contemporary Composition. Mais tarde, entre 27 e 29 de novembro, Luís Neto da Costa participará no ENIM – Encontro Nacional de Investigação em Música, que este ano decorrerá na Universidade de Évora. Neste âmbito, apresentará duas comunicações: Internal Clouds: técnicas e continuidade em duas obras relacionadas e Microcrivo: visibilidade para a música com microtons em Portugal, esta última em coautoria com a compositora Ângela da Ponte (também editada pelo MIC.PT).

No próximo dia 22 de novembro, no espaço Lisboa Incomum, será apresentada a obra Coro dos Pequenos Cidadãos (2021), da compositora Mariana Vieira (editada pelo MIC.PT). Escrita para coro infantil e eletrónica, esta peça será interpretada pelos alunos do Conservatório de Música de Seia. A apresentação integra o programa do simpósio Cultura e Sustentabilidade 2025, uma iniciativa do Projecto DME, que decorrerá entre os dias 21 e 23 de novembro, no Lisboa Incomum e que propõe uma reflexão sobre as relações entre arte, ciência e ecologia. Já na sua 9.ª edição, o simpósio terá como tema central Migrações e Clima na Década do Oceano, e incluirá conferências, apresentações, concertos e workshops que explorarão a interseção entre as práticas artísticas e os temas da sustentabilidade ambiental. Neste contexto, a apresentação da obra de Mariana Vieira durante o simpósio Cultura e Sustentabilidade constituirá uma celebração da composição portuguesa contemporânea interpretada por jovens músicos, para questionarem e enaltecerem a consciência coletiva através da arte e da música.

A obra Descriptions de la Matière, para piano e eletrónica, do compositor Miguel Azguime (editado pelo MIC.PT), faz parte do recital que André Teixeira dará no O’culto da Ajuda, em Lisboa, no dia 22 de novembro. Neste concerto, o jovem pianista apresenta um programa variado, com peças interpretadas ao vivo, destacando o panorama contemporâneo português. Juntamente com a obra de Miguel Azguime, André Teixeira interpretará também peças de dois jovens compositores portugueses: Eva Aguilar e Eduardo Serra. O programa inclui ainda duas peças do século XX: uma do compositor norte-americano William Bolcom e outra do compositor canadiano Claude Vivier. Numa abordagem exploratória, neste recital o potencial sonoro do piano é expandido com timbres surpreendentes, através do uso de técnicas estendidas, da amplificação, da eletrónica e da preparação do instrumento com objetos inusitados. A obra Descriptions de la Matière, composta entre 2015 e 2016, foi estreada há quase dez anos pela pianista Elsa Silva no âmbito do ciclo Piano Extraordinário, no O'culto da Ajuda, em Lisboa.

A compositora Sara Carvalho (editada pelo MIC.PT) volta a marcar presença nos Festivais de Outono da Universidade de Aveiro com a apresentação do seu Concerto para Saxofone Solo e Orquestra “After a Naked Lunch”, no concerto de encerramento do festival, a 28 de novembro de 2025. Inspirado no romance Naked Lunch, de William S. Burroughs, o concerto desenvolve-se a partir de uma narrativa fragmentada, onde a música assume uma lógica onírica e não linear: «Tal como no romance, utilizei uma narrativa desconexa. Na minha obra, os eventos musicais não seguem um padrão de causalidade direta, mas funcionam como se estivessem num sonho; ou seja, contam diferentes histórias dentro de um enredo principal. Assim, algo que foi inicialmente ouvido pode reaparecer mais tarde, criando ecos e uma série de relações intramusicais», explica Sara Carvalho. Este concerto de encerramento dos Festivais de Outono 2025 cruza a criação contemporânea portuguesa com um dos marcos do repertório sinfónico do século XX, a Sinfonia n.º 5, de Dmitri Shostakovich. Os intérpretes do concerto serão: a Orquestra Filarmonia das Beiras, a Orquestra Sinfónica do DeCA da UA, Henrique Portovedo (saxofone) e Luís Carvalho (maestro).

Em novembro, terão lugar as apresentações do projeto produzido pela Sinfonietta de Braga, o Re[LAB]: Construção, com música de Sofia Sousa Rocha (compositora editada pelo MIC.PT), texto de Edward Ayres Abreu e encenação de Manoel Candeias. As apresentações decorrerão nos dias 24, 25 e 29, respetivamente, em Braga, Esposende e Tomar, com interpretação a cargo de Luanda Cozetti (voz), Joaquim Pereira (violino), Tiago Mendes (violoncelo), João Gonçalves (contrabaixo) e Vítor Castro (percussão). Segundo a sinopse do projeto: «“Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe/ Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago/ Dançou e gargalhou como se ouvisse música” — escreveu Chico Buarque em Construção. Revisitamos esta canção como ponto de partida para uma ópera sobre a relação entre o Brasil e Portugal nos dias que correm. Em fase de elaboração de ideias músico-dramáticas, a primeira aproximação é um campo exploratório essencialmente musical.» Adicionalmente, no dia 16, serão apresentadas no âmbito do Concerto de Santa Cecília, no Theatro Circo, em Braga, as obras Jogos, de Sofia Sousa Rocha, e six2one, de Paulo Bastos, também compositor editado pelo MIC.PT.

Em outubro, Carlos Lopes juntou-se ao grupo de compositores editados pelo MIC.PT, tendo, neste momento, uma partitura, Epóxi (2021), para orquestra, disponível no Catálogo de Partituras Editadas pelo MIC.PT. Nos próximos meses, serão editadas e disponibilizadas no mesmo catálogo várias outras partituras deste jovem compositor, que atualmente frequenta o mestrado em Direção de Música Contemporânea na Hochschule für Musik und Tanz de Colónia. Atualmente, o Catálogo de Partituras Editadas pelo MIC.PT inclui 1193 obras de 80 compositores e compositoras residentes e ativos em Portugal.

Presentemente o Canal YouTube do MIC.PT contém vídeos com 36 novas entrevistas a compositoras e compositores residentes em Portugal realizadas desde 2019, assim como oito entrevistas do Arquivo do MIC.PT realizadas entre 2003 e 2005.
Conduzidas por Pedro Boléo, filmadas no O'culto da Ajuda em Lisboa e realizadas no contexto do ciclo Na 1.ª Pessoa das emissões radiofónicas Música Hoje e Música de Invenção e Pesquisa (produzidas pelo MIC.PT e pela Miso Music Portugal para a Antena 2), estas novas entrevistas constituem uma (re)visita ao universo criativo dos vários compositores e compositoras editados pelo MIC.PT, dando seguimento às entrevistas históricas realizadas pelo MIC.PT há 20 anos e que agora constituem registos únicos da evolução da linguagem de cada um dos artistas entrevistados.
Para aceder às entrevistas sigam as ligações em baixo e/ ou visitem o Canal YouTube do MIC.PT.